Políticos, empresários e moradores do Litoral têm se mobilizado para apoiar as obras de revitalização em Matinhos, no Litoral do Paraná, e que estão sendo conduzidas pelo governo estadual. Há desde abaixo-assinado circulando na cidade até encontros com representantes de instituições públicas e privadas para discutir o prosseguimento das obras, que incluem a engorda da praia, a melhoria dos calçadões e construção de canais de drenagem. No último sábado (30), houve até manifestação na região da rotatória da Avenida Curitiba, com público estimado de 3 mil pessoas.
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Os manifestantes reforçam que a ideia das obras é amenizar os efeitos causados pela erosão e pelas frequentes cheias na cidade e criticam o Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), que vem apontando falta de transparência em relação aos procedimentos de licitação das obras, de licenciamento ambiental, e de composição dos custos. “Se o Ministério Público pode se manifestar, a população também pode", declarou o secretário do Meio Ambiente de Matinhos e gestor da orla, Ari Nomax.
A ideia da engorda da praia de Matinhos não é recente, reforça Nomax. “A obra vem se arrastando há muito tempo. Se não acontecer, vai acabar a cidade, o mar está comendo espaço. Eu sou gestor e secretário e sou favorável, estou acompanhando desde o começo. Acredito que faltava a mobilização da cidade e dos paranaenses. Agora todos estão clamando para que essa obra aconteça. Vendo a população clamando, o Judiciário vai ver que não há nada de estrondoso”, afirmou ele.
O prefeito da cidade, Zé da Ecler (PODE), reclama que o litoral está sendo penalizado. “Algumas pessoas não deixam o litoral se desenvolver, infelizmente estamos sendo prejudicados”, disse ele. Na opinião do prefeito, a maior parte da população não se opõe à obra: “Matinhos precisa dessa revitalização, senão o comércio vai enfraquecer”, afirmou ele.
Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Matinhos (ACIMA), Adriano Menine Ribeiro, a alegação de que o projeto não abrange a questão ambiental não é verdadeira. “Já saiu o pregão, já tem consórcio, falta só assinar a ordem de serviço, mas tem ação civil pública com o objetivo de parar a obra. Agora nós queremos mostrar para o Judiciário que a população quer a obra, ao contrário do que algumas pessoas dizem. O que nos indigna é olhar Santa Catarina nadando em direção ao desenvolvimento econômico e nós aqui, retroagindo”, criticou ele.
“Eu acompanho [o projeto] há mais de 8 anos. A cada momento que uma dificuldade era colocada, o estado deixava isso de lado. O governo atual me parece que tem essa motivação para desenvolver o litoral do Paraná”, afirmou Ribeiro.
No projeto atual, uma das principais obras é o alargamento da faixa de areia, por meio de aterro hidráulico, estruturas marítimas semirrígidas, canais de macrodrenagem e redes de microdrenagem. Em alguns pontos hoje a faixa tem apenas 20 metros. A intenção é que fique entre 70 e 100 metros. Além disso, está prevista a revitalização urbanística da orla marítima com o plantio de árvores nativas, a pavimentação asfáltica e a recuperação de vias.
O edital para a primeira fase das obras foi lançado em junho deste ano, com investimento previsto de R$ 377,85 milhões. Na última quinta-feira (4), o Consórcio Sambaqui, formado pelas empresas Castilho, Tucumann, Jan de Nul, Codrasa, Dang, Serra da Prata e Soebe, foi confirmado como o vencedor da licitação para executar o projeto com o menor preço: R$ 314,9 milhões, com um desconto de aproximadamente 17,5% em relação ao preço orçado pelo Instituto Água e Terra (IAT), de R$ 381,7 milhões.
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