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A capital paranaense quer oferecer educação em tempo integral em 150 unidades de ensino até final de 2023 e nas 185 escolas públicas da cidade no ano seguinte.
A capital paranaense quer oferecer educação em tempo integral em 150 unidades de ensino até final de 2023 e nas 185 escolas públicas da cidade no ano seguinte.| Foto: Divulgação/Prefeitura de Curitiba

Com investimento próximo de R$ 500 milhões por ano, ampliação de 10% na quantidade de professores na rede e oferta de três refeições ao dia, Curitiba planeja oferecer educação em tempo integral em suas 185 escolas públicas até 2024. A informação foi divulgada pelo prefeito Rafael Greca durante programação da semana Darcy Ribeiro, evento voltado à capacitação dos educadores da capital realizado entre 14 e 20 de outubro.

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No encontro, Greca afirmou que o sociólogo e ex-ministro da Educação que deu nome ao evento sempre incentivou o ensino em tempo ampliado e Curitiba seguiria seus passos. “Todas as nossas escolas terão o integral, como no sonho de Darcy Ribeiro”, prometeu.

Para isso, a secretária de educação Maria Sílvia Bacila informou que a prefeitura primeiro garantirá essa oferta em 150 unidades de ensino, até final de 2023. A ampliação para todas as 185 unidades da rede municipal está programada para ser concluída no ano seguinte. Hoje, 126 escolas oferecem o benefício para cerca de 55 mil alunos.

“Crianças de zero a três anos da cidade já têm atendimento em tempo ampliado nos nossos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs)”, destaca a secretária, ao pontuar que a novidade focará em escolas do Fundamental 1 de todos os bairros da capital que ainda não possuem essa opção. “Uma maneira de diminuir a desigualdade, porque podemos acolher a criança por até nove horas, com alimentação, currículo qualificado e aprendizagem significativa”.

No entanto, a lista das instituições que devem receber ensino integral de 2023 e 2024 ainda não foi divulgada, assim como a quantidade de vagas oferecida. "O que podemos afirmar desde já é que o número de vagas será limitado e que a quantidade de turmas poderá variar de acordo com a demanda, quantidade de profissionais disponíveis e espaço físico", explica Maria, sobre o próximo passo do projeto.

Atividades baseadas na aprendizagem criativa

Ainda segundo ela, os pais interessados no tempo de ensino ampliado devem procurar a instituição de seus filhos assim que a oferta de período integral for disponibilizada na unidade. Depois, com a matrícula efetivada, o aluno será atendido no contraturno escolar com atividades baseadas na aprendizagem criativa por meio de dança, matemática, língua portuguesa, artes plásticas e outras disciplinas.

“A proposta é colocar as ‘mãos na massa’, então o estudante sempre fará um processo de pesquisa, uma parceria para buscar conhecimento e terá muita tecnologia a seu dispor”, afirma Maria, ao exemplificar que a criança poderá produzir conhecimento usando artesanato ou até mesmo uma impressora 3D, por exemplo.

Além disso, esse estímulo ao estudo de disciplinas que já integram o currículo escolar deve auxiliar no aprendizado dos alunos, que ficou bastante comprometido durante a pandemia de Covid-19. “O ensino integral está entre nossas ações pós-pandemia, atendendo essas crianças em ambiente seguro e educação de qualidade”, informa a secretária, ao citar que o maior tempo na escola poderá, inclusive, contribuir com a melhora dos índices educacionais do município. "Não é o objetivo principal, mas pode ajudar, sim".

Das maiores cidades do Paraná, a capital foi a que ficou com menor nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado em setembro pelo Ministério da Educação. O levantamento levou em consideração dados referentes a 2021 e apresentou Curitiba com nota 6, considerando apenas os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) da rede pública.

Investimento previsto para a educação integral em Curitiba

Ainda de acordo com a educadora, o orçamento anual previsto para oferta do ensino ampliado nas escolas da rede é de R$ 500 milhões. Segundo ela, esse valor não será investido em ferramentas tecnológicas, — que já existem nas escolas municipais de Curitiba —, mas na implantação de novas salas de aula, oferecimento de três refeições diárias e na instalação de unidades específicas para a educação integral próximas às unidades que não possuem espaço físico suficiente.

“Nesses casos, preparamos ambiente adequado em outro endereço da região e oferecemos transporte para levar as crianças até lá”, explica. Além disso, cerca de mil professores já foram contratados e um concurso público também foi aberto este ano prevendo contratação de mais 589 profissionais. Ao todo, esse aumento representa 10% do efetivo total de professores do Fundamental 1 na rede municipal.

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