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O diretor-executivo da Compagas, Rafael Lamastra Jr., apresentou os planos de interiorização da companhia durante a ExpoLondrina.
O diretor-executivo da Compagas, Rafael Lamastra Jr., apresentou os planos de interiorização da companhia durante a ExpoLondrina.| Foto: Divulgação/Compagas

Prometido durante o processo de renovação da concessão, o processo de interiorização da Compagas - a Companhia Paranaense de Gás - tem perspectiva de ganhar forma nos próximos meses no Paraná. Os novos termos da concessão valem por 30 anos e passam a valer em julho de 2024. A partir de então, a expansão da rede de gás em Londrina, com uma futura extensão até a cidade de Maringá, deve sair do papel.

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Os planos de expansão da empresa foram apresentados durante um evento realizado na Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina). Para a cidade, a Compagas tem projetos de reativação de uma rede já instalada de 6 quilômetros de expansão para atendimento de unidades industriais. Além disso, a empresa prevê investimentos para os mercados residencial, comercial e veicular.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o diretor-executivo da Compagas, Rafael Lamastra Jr., comparou o novo contrato da companhia com as concessionárias de pedágio no Paraná. Segundo ele, em ambos os casos é preciso encontrar um equilíbrio entre a ampliação dos benefícios, o aumento das tarifas e o benefício à sociedade.

Contrato baseado em redes locais é mais inteligente, avalia Compagas

De acordo com Lamastra Jr., em Londrina, além de atender ao projeto da Cidade Industrial, a rede existente será expandida em cerca de 4 quilômetros em sentido a Cambé, na Região Metropolitana. Esta rede será local, como previsto nos termos do novo contrato, sem interligação direta com aquela que liga as cidades da Região Metropolitana de Curitiba até Ponta Grossa, nos Campos Gerais.

“Na nossa avaliação, esse novo contrato da Compagas é muito inteligente. Se fôssemos fazer essa interligação, seria como duplicar uma rodovia que passa por uma região deserta. É um investimento sem retorno, que só iria onerar a tarifa final dos consumidores. A nova concessão busca esse equilíbrio entre os investimentos e os benefícios”, explicou.

Além da rede industrial, a previsão para os próximos anos de contrato da Compagas é criar uma rede de cerca de 30 quilômetros para atender aproximadamente 3 mil unidades consumidoras – entre residências e comércio – na chama “Nova Gleba Palhano”, próxima à PR-445, na região oeste de Londrina.

Interligação das redes de Londrina e Maringá vai seguir a trilha da colonização da região

Em paralelo, a expectativa é criar outra rede de gás canalizado na cidade de Maringá, que segundo o representante da Compagas será aos poucos estendida e conectada com a rede de Londrina. A previsão é que esta nova malha siga um caminho parecido com o que guiou a colonização da região pela Companhia de Terras Norte do Paraná.

“A partir de Londrina vamos seguir para Cambé, depois Rolândia e assim por diante. De Maringá, no sentido contrário, vamos construindo a rede para passar por Sarandi, Mandaguari, até que essas duas malhas se encontrem. Nosso projeto é atender a cerca de 13 municípios nessa região”, detalhou Lamastra Jr, que estimou um investimento total de cerca de R$ 80 milhões no projeto.

Interligação das redes de Londrina e Maringá tem custo estimado em R$ 80 milhões pela Compagas.
Interligação das redes de Londrina e Maringá tem custo estimado em R$ 80 milhões pela Compagas.| Divulgação/Compagas

Estas redes serão atendidas por biometano, uma fonte renovável de energia produzida a partir de biodigestores alimentados com dejetos ou rejeitos industriais. A opção se justifica, conforme o diretor-executivo da Compagas, pelo potencial de disponibilidade do produto na região. Segundo ele, há chamadas públicas abertas pela companhia para viabilizar projetos de produção do biogás.

“Nosso foco é, novamente, encontrar um equilíbrio entre oferta e demanda. Toda essa região do norte e noroeste paranaense é cortada por um cinturão de usinas de álcool. E o principal rejeito desta indústria é a melhor matéria-prima para os biodigestores. O Paraná é o segundo estado brasileiro com maior potencial de exploração do biometano, só fica atrás de São Paulo. E os paulistas só estão na nossa frente por conta da forte indústria da cana que eles têm por lá”, explicou.

Biometano pode ajudar a destravar potencial industrial de Londrina, avalia prefeito

O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Alex Canziani, destacou a importância da reativação da rede da Compagas para o desenvolvimento da cidade. “Esta notícia vai transformar a Cidade Industrial de Londrina. O condomínio industrial que temos na cidade está em construção e será o primeiro parque abastecido com biometano. Isto é um diferencial competitivo na atração de novas empresas, que vão contribuir com o desenvolvimento econômico da cidade”, arrematou.

A avaliação é semelhante à do prefeito Marcelo Belinati (PP). Para ele, o reforço na distribuição de gás canalizado pode ajudar a destravar o potencial industrial de Londrina. “Nos últimos anos temos atraído grandes indústrias que instalam aqui seus centros de operação, distribuição e logística, e agora com a retomada da operação da Compagas com a rede de gás canalizado teremos ainda mais desenvolvimento industrial em nossa cidade”, afirmou.

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