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Transformação digital nas cooperativas
Cits e a Coopavel realizam um projeto-piloto de transformação digital| Foto: Coopavel/Divulgação

O Centro Internacional de Tecnologia de Software (Cits) e a Coopavel, cooperativa localizada em Cascavel (PR), estão desenvolvendo um projeto-piloto de transformação digital. O projeto pretende analisar a maturidade de digitalização da indústria por meio de uma plataforma. Com as técnicas e a metodologia aplicada, o objetivo é que o agronegócio seja mais eficiente e que os cooperativistas possam tomar decisões assertivas em seus negócios. A Cooperativa Lar, em Medianeira (PR), também vai participar da iniciativa.

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A transformação digital é um processo em que empresas utilizam da tecnologia para promover soluções e melhorar a gestão de negócios. Por meio de dados, os empreendimentos podem analisar a produtividade, agilidade e eficácia, com foco no aperfeiçoamento e melhoramento da produção.

Hélio de Carvalho, consultor da Coopavel e um dos responsáveis pela promoção de conceitos de digitalização nas cooperativas, explicou que a transformação digital está relacionada à Indústria 4.0, que pode ser aplicada nos mais diversos setores, como saúde, educação, manufatura e agronegócio. Ele destacou que esse conceito surgiu muito forte na Alemanha, país exemplo na digitalização.

O Cits tem desenvolvido ações focadas na jornada tecnológica e capacitação das empresas. Pensando em ampliar essa transformação no agronegócio, o Cits iniciou esse projeto com a Coopavel. O projeto-piloto é dividido em duas partes. A primeira consiste em uma visita in loco na cooperativa, em que os consultores do Cits aplicam um treinamento com foco em tendências na tecnologia e na transformação digital. Depois, passa-se à fase de entrevistas de conhecimento técnico. Por fim, os especialistas apresentam um diagnóstico e mapeamento das oportunidades identificadas.

A primeira parte foi realizada com a Coopavel em junho. O Cits informou que não é possível detalhar todo o mapeamento averiguado por questões de confidencialidade, mas ressaltou que desde a parte de gestão até a produção foram vistas melhorias na cooperativa, a partir da plataforma de análise de nível de maturidade digital.

“O projeto com a Coopavel foi um marco pioneiro no setor do agronegócio em análise de maturidade em transformação digital. Dessa forma, acreditamos que todas as iniciativas e roadmap de projetos que serão propostos podem acelerar, de forma significativa, o processo produtivo da área suínos, tanto com o desenvolvimento de soluções tecnológicas, quanto nas diversas iniciativas visando a capacitação técnica dos colaboradores”, afirmou Orlando Brenner, head do Núcleo Cits de Indústria 4.0.

Ciência de dados pode auxiliar na produtividade do agronegócio  

Hélio de Carvalho, consultor da Coopavel, comentou que, após a aplicação do questionário, foi possível averiguar diversas oportunidades na cooperativa. A plataforma do Cits analisa um nível de maturidade que vai de 1 (inicial) a 6, que é a excelência em TD (transformação digital).

“A plataforma gera vários gráficos e deixa organizados os projetos que a organização vai poder implementar e melhorar de nível. Esse é um diferencial. Além dos consultores irem presencialmente, ouvindo sugestões, entregam os possíveis projetos”, disse.

A transformação digital de uma cooperativa pode ser avaliada em várias áreas da indústria, como processos administrativos, produção, logística, financeiro e marketing. Hélio de Carvalho destacou que as oportunidades estão relacionadas aos dados que a tecnologia pode fornecer.

“Na transformação digital, o fundamental é cultura de dados. Tem como tomar uma decisão mais certa e rápida”, frisou. E fez questão de pontuar que transformação digital não significa digitalização e automação. “É importante, mas não é só isso. Colocar robôs não quer dizer que há um alto nível de transformação digital. São diversos elementos, pessoas e cultura da empresa”, acrescentou.

Segundo o head do Núcleo Cits de Indústria 4.0, já foi possível ver oportunidades de projetos de capacitação e gestão na Coopavel, a partir dos dados gerados. “Sensoriamento é um deles, ao conhecer a linha de produção e números em tempo real. Focado nos dados se pode realizar diversos projetos e novas oportunidades, uma vez que se domina a informação”.

Na cooperativa, ele observou que é possível melhorar o processo de suínos. “Algumas etapas são manuais. Apesar de muita maquinaria, ainda tem muita informação feita à mão e com planilha. E quando se fala em transformação digital, um dos desafios é digitalizar esses processos”, afirmou Brenner.

Com o desenvolvimento do projeto-piloto, o consultor da cooperativa Hélio de Carvalho evidenciou que o objetivo da organização é melhorar a produtividade. “O foco principal é a produtividade. Tomar uma decisão mais rápida e melhorar a redução de custo”, destacou.

Transformação digital é a nova fronteira das cooperativas   

O head do Núcleo Cits de Indústria 4.0 frisou que as grandes cooperativas estão se movimentando para uma transformação digital. A Coopavel, por exemplo, tem uma equipe de inovação na indústria. “Algumas já estão dando esse passo de entender que a transformação digital é importante. Contudo, nessas duas cooperativas [Coopavel e Lar], vimos inúmeras chances de aplicar os conceitos da transformação e indústria 4.0”.

O Congresso Brasileiro de Cooperativismo, em sua 14ª edição, apontou que uma das tendências relacionadas à gestão das organizações é a transformação digital. Para Hélio de Carvalho, consultor da Coopavel, “a transformação digital é a nova fronteira das cooperativas”. “Não vai ter jeito, [as cooperativas] vão precisar implementar essa inovação”, ressaltou.

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