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Com “agro automatizado”, Paraná ganha inédita cooperativa de tecnologia da informação
| Foto: Pexels/Pixabay

Numa iniciativa inédita no Brasil, um grupo de 21 cooperativas do setor agropecuário do Paraná criou, no final de 2021, a Cooperativa Central de Infraestrutura de Tecnologia da Informação (UniTI).

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“Não se trata de uma união das áreas de TI das cooperativas, mas, sim, de uma visão estratégica de futuro, onde a Tecnologia de Informação é fundamental”, destaca Leonardo Boesche, superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop Paraná).

Ele explica que a ideia surgiu, no ano passado, na elaboração do planejamento estratégico do setor cooperativista, o Plano Paraná Cooperativo 200 (PRC200), que tem por meta chegar a um faturamento de R$ 200 bilhões ainda nesta década.

“Estamos falando muito de agricultura de precisão, máquinas autônomas, mapeamento, conectividade. Mas hoje ainda há muita dificuldade de conexão. De forma conjunta, é mais viável mobilizar as operadoras de telecomunicações para atender as necessidades em todas as regiões”, observa Boesche.

O superintendente do Sescoop lembra que hoje há muita novidade nessa área, mas sozinhas as cooperativas não vão conseguir avançar. “Tendo uma cooperativa central focada nisso podemos encontrar as melhores soluções”, diz.

Reduzir custos, compartilhando serviços

“O primeiro grande objetivo é reduzir custos”, destaca o presidente da UniTI, Alair Zago, que é executivo da Cocamar, onde ocupa o cargo de superintendente administrativo e financeiro. “As cooperativas investem muito em TI e essa área perde valor muito rapidamente porque a evolução é grande, são muitas inovações, fazendo com que individualmente as cooperativas tenham que fazer altos investimentos para se manterem atualizadas. Entendemos que juntas podem compartilhar serviços e tudo ficar mais acessível”, pontua.

Segundo o presidente, além de planejamentos mais macro nesta área, ações práticas do dia a dia podem ser facilitadas e se tornarem mais baratas por meio da UniTI, como a compra compartilhada de hardware, software, licenças de aplicativos.

Zago conta que a estruturação do projeto teve o suporte da Falconi Consultoria em Gestão. Foram identificados 31 possíveis serviços divididos nas categorias de suprimentos, infraestrutura, sistemas e inovação. “No primeiro ano, vamos focar em quatro serviços: aquisições, gestão de telecomunicação, segurança da informação e conectividade no campo”.

Neste momento, estão sendo tratadas as questões legais para definir a estrutura de operação. A intenção é ainda neste primeiro semestre iniciar as atividades. A sede inicialmente será junto à Ocepar, em Curitiba.

A UniTI nasceu a partir da constituição de um comitê, formado para discutir o assunto. Quatro cooperativas lideraram esse processo - Coamo, Cocamar, Coopacol e Frísia. Outras 17 se juntaram, totalizando as 21 cooperativas que hoje foram a central. A UniTI está aberta à participação de todas as cooperativas paranaenses.

O Paraná tem 58 cooperativas agropecuárias, formado por mais 190 mil produtores que respondem por 60% da safra de grãos do estado. Em 2021, elas movimentaram R$ 152,5 bilhões, um resultado 31,8% em comparação ao ano anterior. O lucro foi de R$ 7,6 bilhões. No setor cooperativista, o lucro (que é chamado de sobra) é parte reinvestido em melhorias e outra parte rateado entre os cooperados.

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