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Complexo de Cutia, um dos geradores de energia eólica da Copel no Rio Grande do Norte
Complexo de Cutia, um dos geradores de energia eólica da Copel no Rio Grande do Norte| Foto: Divulgação / Copel

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) vai expandir em 2022 a produção de energia eólica com mais uma usina no Rio Grande do Norte. Ao custo de R$ 400 milhões, o Complexo Jandaíra terá 26 aerogeradores instalados em quatro parques, onde sopram ventos capazes de produzir 90 megawatts – o suficiente para o consumo de 250 mil pessoas.

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Jandaíra será o sétimo complexo eólico da Copel em solo potiguar, onde a empresa atua desde 2015. A companhia já opera no estado nordestino as usinas de Cutia, Bento Miguel, Brisa Potiguar, São Bento e Vilas. A companhia paranaense ainda tem participação de 49% do Complexo São Miguel do Gostoso I.

A Copel produz atualmente 920,22 megawatts de energia eólica no Rio Grande do Norte. O montante é suficiente para abastecer cerca de 2,5 milhões de pessoas – uma população maior do que a de Curitiba, que é de quase 2 milhões de moradores. Tal capacidade faz com que a Copel seja a sexta maior geradora eólica do Brasil.

A construção de Jandaíra faz parte da expansão de fontes renováveis da Copel, que além de energia hidrelétrica e eólica também produz energia fotovoltaica, produzida pela luz do Sol. Com aquisição do Complexo Vilas em maio, por cerca de R$ 1 bilhão, a energia do vento passou a representar 13% da geração da companhia. Valor que vai aumentar quando Jandaíra começar a operar no ano que vem.

Por que não no Paraná?

Mas por que a expansão da energia do vento não inclui geração no próprio Paraná, onde a Copel foi pioneira no Brasil neste tipo de energia ao inaugurar, em 1995, a usina de Palmas, na Região Central, até hoje a única do estado, com  capacidade de 2,5 megawatts? A resposta está na capacidade de produção.

A explicação passa pelo modelo de negócio. Todos os megawatts produzidos pela Copel no Rio Grande do Norte são injetados no Sistema Interligado Nacional (SIN), malha de transmissão responsável por suprir todo o mercado energético consumidor do Brasil. Segundo a Copel, o valor arrecadado nessa transação é revertido majoritariamente em investimentos para produção energética no próprio Paraná. E, para obter melhores resultados, a companhia busca os melhores locais para gerar energia eólica.

Nesse cenário, o Rio Grande do Norte se destaca, concentrando 14 das maiores geradoras do mundo deste tipo de energia e a Copel é a segunda maior geradora de energia eólica em solo potiguar. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a energia eólica representava em julho 10,7% da matriz brasileira. A expectativa é de que alcance 11,2% até o fim de 2021. Só a Região Nordeste é responsável por quase 90% da produção deste tipo de energia no país.

“A geração de energia eólica no Rio Grande do Norte chega a ser 35% superior à de projetos similares em outras regiões do Brasil”, ressalta a Copel em nota encaminhada à Gazeta. “Além disso, um parque eólico tem potencial para um segundo investimento, de plantas de geração solar fotovoltaica”, complementa a companhia, fazendo menção à possibilidade de produzir energia de mais uma fonte nos mesmos complexos do Rio Grande do Norte.

Ainda segundo a Copel, além da incidência de ventos mais fortes, as condições do fenômeno por lá são ideais para produção energética. “O regime de ventos na região favorece a geração no período diurno, o que é uma vantagem estratégica, pois durante o dia o preço-horário da energia tende a ser maior, aumentando o potencial do ganho do projeto”, argumentou o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, quando a empresa adquiriu em maio o Complexo Vilas no município de Serra do Mel. norte do Rio Grande do Norte.

Dos ventos potiguares a investimentos no Paraná

A Copel não informa quanto os complexos eólicos rendem aos cofres da empresa. Garante, contudo, que praticamente todo o dinheiro obtido da venda da energia produzida no Rio Grande do Norte entra nos ativos de investimentos no Paraná. O capital gerado pelos ventos potiguares, inclusive, faz parte do investimento de R$ 5,9 bilhões no sistema de energia no estado entre os anos de 2019 e 2021.

Entre esses investimentos está o programa Paraná Trifásico, que está substituindo 25 mil quilômetros de redes monofásicas em áreas rurais do estado. Até agosto, 5 mil quilômetros do programa já haviam sido concluídos.

Outro programa é o Rede Elétrica Inteligente, que vai instalar medidores de consumo digitais nos imóveis. Isso permitirá que tanto a companhia como os próprios consumidores possam averiguar o consumo de energia à distância e em tempo real. A primeira fase do Rede Elétrica Inteligente já começou - do total de 151 municípios envolvidos, 59 tiveram pelo menos iniciada a troca dos medidores. O orçamento é de R$ 820 milhões.

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