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As duas maiores usinas hidrelétricas da Companhia Paranaense de Energia (Copel), localizadas no Paraná, têm o potencial de expandir em 30% sua capacidade de geração de energia, estreitando a proximidade entre a empresa e os principais concorrentes privados no Brasil. O aumento consolida a Copel no grupo das cinco maiores geradoras do país.
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As usinas de Foz do Areia e Segredo têm potência instalada de 1,676 GW e 1,26 GW, respectivamente, e podem em breve somar, juntas, 5,052 GW, caso os projetos de ampliação de ambas sigam em frente. Hoje, a capacidade total de geração da Copel é de 6,5 GW. Com a possível expansão, chegaria a 8,6 GW, incluindo outros ativos hídricos, eólicos e solares.
Esse novo patamar colocaria a Copel próxima da Auren, terceira maior geradora do Brasil, com 8,9 GW de potência instalada, e à frente da CTG, com 8,3 GW — na ponta estão o sistema Eletrobras, com 44,6 GW, e a Engie, com 13 GW. “Ela [expansão de capacidade] vai nos consolidar como um dos maiores players de geração do país, com aumento de receita e de competitividade no mercado”, afirma o diretor-geral da Copel Geração e Transmissão, Fernando Mano.
A ampliação de Foz do Areia, localizada entre os municípios de Bituruna e Pinhão, é a mais simples das duas, pois não precisa de obras civis significativas. Isso porque a casa de força da usina, que possui quatro turbinas, está preparada para a instalação de duas novas unidades geradoras, cada uma com 430 MW.
No caso de Segredo, que fica entre Mangueirinha e Reserva do Iguaçu, há a necessidade de obras mais profundas para a instalação de uma nova casa de força, que será equipada com três turbinas, cada uma com 422 MW. Nas duas usinas, não haverá a necessidade do aumento nos níveis e área dos reservatórios atuais, que tem como consequência a simplificação e a agilidade nos processos de construção, especialmente em relação a licenças ambientais.
Expansão de capacidade da Copel depende de leilão
A ampliação da potência instalada de Foz do Areia e Segredo será possível após o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), que contrata usinas para fornecer potência ao sistema de energia e reforçar a segurança energética do país. O certame conduzido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) estava marcado para 27 de junho, porém, foi cancelado devido a disputas judiciais relativas ao processo licitatório.
A expectativa do governo federal é que o leilão ocorra ainda em 2025. A Copel estava preparada para entrar no certame com pelo menos um dos projetos. Com o adiamento do leilão, a empresa cogita as duas usinas.
“Estamos mais avançados com Foz do Areia, com obras civis mais compactas, mas vamos avaliar se entramos com um ou dois projetos. Vai depender das discussões internas que vamos ter aqui. O importante é que temos essas duas opções que estariam aptas”, aponta Mano.
Mais do que aumentar a potência instalada, a Copel projeta um ganho de credibilidade no mercado, permitindo abrir mais possibilidades de projetos de geração, seja em hidrelétricas ou em eólica e solar — toda a matriz da companhia é 100% renovável. “Isso nos dá competitividade para novos projetos, além de reforçar a reputação, como referência nacional em geração”, diz Mano.
“Estamos sempre avaliando oportunidades de crescimento, que tragam valor, com retorno interessante. Há várias possibilidades”, acrescenta o diretor-geral da Copel Geração e Transmissão.
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