O setor de restaurantes e lanchonetes do Paraná já deixou de faturar R$ 336 milhões durante as cinco semanas de medidas de isolamento social impostas pelo governo do estado e por prefeituras paranaenses para conter a disseminação do coronavírus. As empresas de vestuário já perderam R$ 477 milhões e o setor automotivo, R$ 892 milhões. Os dados constam no primeiro boletim de conjuntura econômica sobre os impactos da Covid-19 divulgado nesta quinta-feira (16) pelas secretarias de Planejamento e Fazenda do governo do estado.
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O estudo indica, por exemplo, que 21 mil estabelecimentos do Simples Nacional e 4,5 mil do Regime Normal estavam fechados no dia 9 de abril. Os dados foram apurados a partir da amostra de emissão de documento fiscal em cinco cidades do Paraná: Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu.
No comparativo entre a primeira semana de março e a primeira de abril, houve redução na quantidade de estabelecimentos que emitiram esses documentos fiscais. No comércio varejista, a queda foi de 34%; na indústria, de 30%; e no comércio atacadista, 22%.
O relatório também aponta redução média de R$ 56 milhões no recolhimento de ICMS, principalmete no setor de combustíveis, por semana desde o começo de março, quando foram ampliadas as orientações para evitar aglomerações para conter a disseminação do novo coronavírus.
Restaurantes e lanchonetes
O setor de restaurantes e lanchonetes faturou, segundo a Secretaria da Fazenda, R$ 117 milhões, na última semana antes do início das medidas de isolamento. Nas cinco semanas seguintes, foi registrando quedas, que chegaram a um faturamento de apenas R$ 24 milhões entre 23 e 29 de março. Na última semana, o valor arrecadado foi de R$ 29 milhões – 75% a menos que o arrecadado antes da pandemia. A perda acumulada nas cinco semanas foi de R$ 336 milhões, o que corresponde a 57,4%.
Vestuário
As vendas do setor de vestuário, calçados, cama mesa e banho, que movimentaram R$ 140 milhões na semana anterior ao decreto do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) chegaram a apenas R$ 4,2 milhões na semana entre 23 e 29 de março, quando diversas cidades do estado fecharam, por decisão das prefeituras, todo o comércio. Na semana entre 6 e 12 de abril, o volume de vendas foi de R$ 25,4 milhões, 82% a menos que antes da pandemia. Enquanto projetava vender R$ 698,5 milhões na última semana, o setor movimentou apenas R$ 221,3 milhões, o que representa um prejuízo de 69% no período.
Veículos novos
Entre os setores mais impactados pelas restrições econômicas impostas pela pandemia. O automotivo demorou mais para sofrer as consequências do coronavírus. A venda de automóveis chegou a crescer nas duas primeiras semanas de restrições no comércio, mas na sequência, sofreu uma queda abrupta de 83%. Na semana, entre 16 e 22 de março, a venda de veículos novos movimentou R$ 371,9 milhões, mais de R$ 100 milhões a mais que entre 2 e 8 do mês passado. No entanto, na semana seguinte, foram apenas R$ 62,3 milhões em vendas; e, entre 6 e 12 de abril, R$ 80,3 milhões. A perda estimada, em apenas três semanas é de R$ 892,7 milhões, equivalente a 79%.
Demais setores
A pandemia também causou impacto negativo nos setores de combustíveis (a venda de gasolina e etanol na semana entre 6 e 12 de abril, de R$ 185,6 milhões, foi 45% inferior aos R$ 33,8 milhões vendidos na primeira semana de março), Áudio, vídeo e eletrônicos (vendas 53% menor) e material de construção (42%). Funcionando praticamente sem restrições, supermercados e farmácias não tiveram grande variação, com os supermercados registrando, inclusive, aumento no volume de vendas, principalmente na semana entre 16 e 22 de março.
Impactos no Estado
De acordo o secretário de Fazenda, Renê Garcia Junior, o boletim apresentará semanalmente cenário diferente daquele projetado originalmente para 2020. A projeção apontava recuperação da economia brasileira, uma supersafra de grãos no estado, investimentos privados contratados de pelo menos R$ 20 bilhões e obras estruturantes de R$ 2 bilhões destinadas aos municípios.
“A crise econômica terá um impacto aproximado de pelo menos R$ 2 bilhões na arrecadação nos próximos quatro meses. A queda na circulação de pessoas e mercadorias colidiu com o equilíbrio fiscal alcançado no ano passado”, afirmou o secretário. “O estado tem indústria e agronegócio imponentes, é símbolo de plantas diversificadas e produção tecnológica. O coronavírus mudou a estratégia e o Governo passou a direcionar todos os recursos para a rede de Saúde. Mas vamos retomar o caminho dessa tradição”.
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