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Carga oriunda de contrabando estava com delegado e passageiro em caminhonete descaracterizada da Polícia Civil do Paraná.
Carga oriunda de contrabando estava com delegado e passageiro em caminhonete descaracterizada da Polícia Civil do Paraná.| Foto: Divulgação/PRF

Um delegado da Polícia Civil da Paraná, que está em estágio probatório, foi preso em flagrante na quarta-feira (29) conduzindo uma caminhonete, que é uma viatura descaracterizada da corporação, com 12 fardos de eletrônicos. Quase a totalidade dos produtos era da Apple e, de acordo com as informações apuradas no local, contrabandeados do Paraguai.

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A abordagem foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no início da manhã em uma rodovia estadual (PR-137), no município de Quarto Centenário (PR). “Uma equipe da PRF abordou o condutor de uma Mitsubishi Triton de cor branca que chamou atenção da equipe em razão da velocidade. A caminhonete era ocupada por dois homens que alegaram não saber o que era transportado no compartimento de carga”, relata a PRF.

A caminhonete da Polícia Civil era conduzida pelo delegado. Como passageiro do veículo estava, segundo informações das forças policiais, um conhecido contrabandista com ficha criminal.

Os principais itens no carregamento eram, segundo a PRF, iPhone, iPad e outros produtos da mesma marca. “O passageiro assumiu a propriedade das mercadorias. O indivíduo já possui histórico de contrabando/descaminho, e disse ter pego a mercadoria em Formosa do Oeste e levaria até Maringá”, informa a PRF.

A ocorrência foi encaminhada para a Polícia Federal de Cascavel e, no fim da tarde desta quinta-feira, após pagar fiança de R$ 50 mil, o delegado foi liberado em audiência de custódia. Ele atua na região noroeste do Paraná.

O carregamento, que em um primeiro momento foi avaliado em R$ 700 mil, será encaminhado à Receita Federal do Brasil (RFB) de Cascavel. Até o fim da manhã desta quinta-feira (30) os produtos ainda não tinham dado entrada no órgão.

Delegado disse que pegou caminhonete carregada na frente da casa de colega de profissão

Segundo o boletim de ocorrência a que a reportagem da Gazeta do Povo teve acesso, a caminhonete placa BEO3H61 trafegava em atitude suspeita e em velocidade incompatível com a via. A ordem de parada foi atendida e o motorista teria se identificado imediatamente como delegado de polícia. Ele estava com arma identificada com o brasão da Polícia Civil do Paraná.

Ao ser indagado do que se tratava a carga, o condutor do veículo disse que não sabia. O passageiro assumiu que as mercadorias eram dele e informou que valeriam em torno de R$ 700 mil. Durante a abordagem, o delegado disse que pegou o veículo na frente da casa de outro delegado no município de Formosa do Oeste e que o passageiro, que ele não conhecia até então, o aguardava naquele local, inclusive com as chaves do veículo. O delegado preso disse que teria sido o colega de profissão dele que pediu que o veículo fosse levado à cidade de Maringá.

Em nota, a Polícia Civil do Paraná informou que instaurou um procedimento administrativo para apurar os fatos e que, caso comprovada a irregularidade na conduta, o policial pode sofrer pena de demissão. “A instituição não coaduna com desvios de conduta, todos os casos são investigados com rigor com a punição necessária de acordo com a lei”, completa. A Polícia Civil não informou se, durante as investigações, o delegado seguirá na ativa.

Como funciona a destinação de eletrônicos fruto de contrabando

Segundo o auditor-fiscal da Receita Federal em Cascavel, Antônio Carlos de Almeida, carregamentos como este podem demorar até serem completamente relacionados, já que todos os itens precisam ser avaliados. “A gente não sabe que em condições elas estão armazenadas, então não é possível dizer quanto tempo vamos levar para fazer a contabilização e valoração das mercadorias, mas assim que elas chegarem teremos uma noção (de volume e valores)”, esclarece.

Eletrônicos são rotineiramente apreendidos nas regiões oeste e noroeste do Paraná, por serem rotas do contrabando pela proximidade da fronteira com o Paraguai. Alguns itens apreendidos acabam sendo levados a leilão e outros podem ser incorporados por órgãos do poder público depois de passarem por um processo legal.

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