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Eloir Trovão, obituário
Eloir Trovão foi um dos fundadores do time de futebol do Clube de Pais do Colégio Marista Paranaense| Foto: Divulgação

A vontade de jogar futebol e de agregar pessoas fez com que Eloir Ribeiro Trovão ajudasse a criar organizações e clubes relacionados à bola. O maior deles foi o Clube de Pais do Colégio Marista Paranaense, fundado por ele e pelo professor de Educação Física e amigo de longa data Alfredo Scremin, há 40 anos. Jogador profissional na juventude, durante toda a vida viu o campo como local de conforto e alegria. Trovão faleceu no dia 28 de agosto, aos 72 anos, por Covid-19.

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O clube que hoje tem campeonato com 14 times, mais de 300 jogadores, álbum de figurinhas e transmissão ao vivo pelas redes sociais começou como uma forma de manter o vínculo das famílias e dos estudantes com o colégio aos finais de semana, objetivo que se mantém atualmente. Enquanto a criançada brincava ao redor, os pais corriam em busca do gol no gramado.

Pela amizade com o professor Scremin, Trovão foi convidado a participar dos jogos de final de semana mesmo não sendo pai de aluno na época. O diretor do colégio sugeriu como forma de contrapartida à participação dele que Trovão realizasse uma espécie de contribuição social, pagando a mensalidade de um estudante cuja família passava por dificuldades financeiras. Desse modo, o jogador conseguiu participar da organização do clube e o aluno continuou os estudos.

Como profissional, jogou no Bloco Esportivo Morgenau, tradicional clube de Curitiba, e pela Suburbana atuou em vários times de futebol amador, como Tupinambá, Caxias, Ipiranga, Barigui, Internacional de Campo Largo e Orleans. Era um meio-campo/volante que “tinha um trato refinado da bola". "Um cara muito técnico que era mais da classe do que da força”, conta Márcio Gubert de Oliveira, ex-presidente do Clube, em cuja gestão Trovão foi tesoureiro.

Economista com especializações no exterior, trabalhou a maior parte da carreira no Banco Bamerindus. Como não poderia deixar de ser, ajudou a organizar campeonatos de futebol entre os funcionários do banco no Brasil todo. Mais tarde, participou da fundação da cooperativa de crédito Coopesf, onde atuava como diretor.

Em 2019, o Clube de Pais promoveu a Super Copa Estrelas, em que cada time homenageava um dos primeiros jogadores da história do Clube. Desse modo, entrou em campo o time “Trovões”, com direito a escudo que estampava a caricatura do homenageado rodeada por pequenos trovões.

Dono de uma personalidade extremamente alegre e de espírito e corpo ativos – caminhava, corria, pedalava, surfava com os netos, a quem chamava de “netaços” em Guaratuba – , chegava nas rodas de amigos com sua expressão característica: “Alô você, neném”. Com esse bordão e uma energia contagiante, agregava todos ao redor. Após os jogos de sábado, era sagrada a chamada “Resenha do Tatu”, reunião entre os jogadores no Bar do Tatu para assar carne, tomar cerveja e conversar sobre o desempenho em campo. Comedido e nada dado a excessos, Trovão adorava passar a tarde com sua dose de uísque ou seu gin tônica papeando sobre futebol.

Era atleta do Campeonato Sessentinha, que reúne os craques com mais de 60 anos, e como participante de campeonatos de futebol amador desfilou seu futebol pelo mundo. Viajou para Portugal, Espanha, Cancún, entre outros lugares, com o time. Sobre o tradicional campeonato do Clube de Pais, que ele ajudou a criar e no qual jogam pessoas de 18 a 75 anos, Trovão dizia que “[o campeonato] te dá estímulo para ser um velho jovem”.

Eloir Trovão deixa esposa, filha, genro e dois netos.

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