Nas próximas semanas, cinco cidades do Paraná e uma do Mato Grosso do Sul vão receber audiências públicas ambientais do projeto da Nova Ferroeste. O objetivo é ouvir a comunidade das regiões por onde passará o traçado da ferrovia para colher sugestões sobre compensações para mitigar o impacto ao meio ambiente.
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“As cidades ainda não estão definidas, passamos sugestões ao Ibama, que é quem dá a palavra final, informa o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes. Segundo ele, a partir do retorno do Ibama, as audiências serão agendadas. “É um passo importante, que antecede a licença ambiental. Nossa expectativa é ter a licença em junho, o que nos permite ir a leilão", diz.
A previsão do governo do estado é realizar o leilão no último trimestre desse. Será na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, em São Paulo. O edital já deve ser lançado daqui a um mês, aproximadamente. “Precisamos dar esse tempo para que os interessados estudem o edital e formulem suas propostas”, explica o coordenador do Plano Ferroviário.
O investimento total previsto é de R$ 29,4 bilhões. Quem vencer o leilão desenvolverá o projeto executivo, construirá a obra e irá também operar a nova ferrovia ao longo de 70 anos de concessão.
Os anos de 2023 e 2024 devem ser dedicados ao desenvolvimento do projeto executivo e encaminhamento da licença de instalação. Com isso, a construção começará só em 2025. A estrada será feita em etapas. “Em 2029, devemos ter concluída a ligação entre Cascavel e o porto de Paranaguá”, prevê Fagundes. A partir daí, se trabalha na extensão até Maracaju (MS) e nos ramais ferroviários (de Cascavel a Foz do Iguaçu, de Cascavel a Chapecó/SC, e de Maracaju a Dourados/MS). A conclusão da ferrovia em toda a sua extensão pode levar até 25 anos.
A Nova Ferroeste vai ligar Maracaju (MS) a Paranaguá (PR). Serão 1.304 quilômetros de trilhos. Desse total, apenas o trecho que liga Cascavel a Guarapuava, com 248 quilômetros, já está pronto. Todos os demais serão construídos. Os quatro ramais ferroviários previstos (Cascavel - Foz do Iguaçu, Cascavel – Chapecó, Dourados – Maracaju e Guarapuava - Paranaguá) já foram autorizados em dezembro pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Quando concluída, a ferrovia deve transportar no primeiro ano 38 milhões de toneladas de produtos. Depois de seis décadas, o volume chegaria a 85 milhões de toneladas/ano. O custo do transporte deve ser reduzido em 30% em comparação ao modal rodoviário, que prevalece hoje.
Só em Paranaguá investimento será de R$ 240 milhões
Em Paranaguá, o investimento será de R$ 240 milhões para a construção de viadutos rodoviário e ferroviário. O Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) indicou a necessidade de melhorias na estrutura urbana da cidade para receber as locomotivas.
A Serra do Mar, onde está Morretes, também deve receber a maior fatia das compensações e projetos ambientais. Da capital ao Litoral será construída uma nova descida. A definição do traçado levou em consideração a área de domínio da BR-277, indicada no EVTEA, e coincide com a solução apontada pelo Plano de Desenvolvimento Sustentável do Litoral (PDS-L) há alguns anos. Entre as alternativas, à direita e à esquerda da rodovia, o trecho projetado é o que causa o menor impacto ambiental.
Vão ser 55 quilômetros nesse trecho que envolve Morretes. Serão 18 quilômetros em viadutos e oito quilômetros em túneis para diminuir ao máximo a subtração de mata nativa. No restante, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) indica a instalação de passagens de fauna inferiores e superiores, além de guias a cada 500 metros para permitir a circulação dos animais de médio e grande porte.
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