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Neste ano que antecede as eleições à Presidência da República, os governadores de oposição a Lula Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Ratinho Junior (PSD), do Paraná, aprovaram aumento do salário mínimo estadual, mantendo os valores acima do piso nacional, reajustado para R$ 1.518 pelo governo petista.
Tarcísio e Ratinho Jr. também avançam nas negociações com os servidores públicos estaduais em atendimento a pautas diversas das categorias, assim como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que reajustaram os vencimentos nos setores da educação e segurança pública em 2025. Os quatro governadores são considerados como opções da direita para concorrer ao Palácio do Planalto em 2026.
Em maio, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou o projeto de lei encaminhado pelo governo Tarcísio de Freitas para estabelecer o salário mínimo no estado em R$ 1.804, com reajuste de 10% do valor. O piso paulista supera a inflação acumulada no período pelo terceiro ano consecutivo.
Durante a gestão do governador do Republicanos, o reajuste acumulado é de 40% no salário mínimo estadual. “Estamos falando de um ganho real da ordem de 27% desde a nossa chegada. É um recurso que chega em boa hora, no momento em que as pessoas estão pressionadas pelo preço dos alimentos. É uma injeção de recursos na nossa economia, que será extremamente relevante”, declarou Tarcísio de Freitas durante a assinatura dos projetos de lei de valorização salarial.
Considerado como uma das principais alternativas da direita, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantenha inelegível até 2026, Tarcísio também pode optar pela reeleição em São Paulo e investe na relação com o funcionalismo público. “Destacam-se o reajuste salarial de 6% concedido em 2023 e o envio do Projeto de Lei Complementar 12/2025 à Assembleia Legislativa, que propõe novo aumento de 5% para diversas categorias. O Programa de Bonificação por Resultados, instituído pela Lei Complementar 1.361/2021, prevê o pagamento de remuneração variável com base no cumprimento de metas, com foco na melhoria da qualidade dos serviços públicos”, aponta o governo paulista em nota.
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Salário mínimo é dividido por faixas no PR e pode superar em quase 50% o piso nacional
Em abril, o governador paranaense Ratinho Junior assinou o decreto que estabeleceu os novos valores do piso estadual para diversas categorias no estado. Os valores, divididos em quatro faixas salariais, tiveram um reajuste médio de 6,5%e variam de R$ 1.984,16 a R$ 2.275,36, chegando a quase 50% a mais que o salário mínimo nacional.
Com aprovação de quase 80% dos paranaenses, Ratinho Junior é considerado um dos pré-candidatos a presidente da República pelo PSD, que também tem o nome do governador gaúcho, Eduardo Leite, recém-filiado à sigla, como um dos cotados para a corrida ao Palácio do Planalto em 2026. A alta aprovação do eleitorado no Paraná é fator que anima Ratinho Junior a articular a sucessão estadual, para a qual a relação com os servidores também é importante.
Segundo o governo Ratinho Junior, três reajustes foram concedidos ao funcionalismo desde 2019: 2% em 2020, 3% em 2022 e 5,79% em 2023. “O foco da gestão esteve na reestruturação das carreiras, principalmente na segurança pública, tornando-as mais atrativas para atrair profissionais mais preparados”, disse em nota.
A gestão paranaense também destaca que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu a autonomia orçamentária do estado do Paraná - que havia suspendido o reajuste anual dos servidores públicos, em 2016 - preserva o cofre do Executivo de um impacto de aproximadamente R$ 13 bilhões no orçamento.
Zema investe em reajuste para educação básica e segurança pública
Com a marca da gestão que colocou em dia as contas do estado de Minas Gerais, o governador Romeu Zema é conhecido pelo pragmatismo com os gastos públicos. Questionado pela Gazeta do Povo, o governo mineiro respondeu que as recomposições e reajustes salariais são “sempre responsáveis, para garantir a ordem e a sustentabilidade das contas públicas”.
O controle do caixa permitiu que Zema encaminhasse à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o projeto de lei com reajuste de 5,26% para todas as carreiras da educação básica, matéria aprovada no mês passado pelos deputados mineiros. No ano passado, o governo informou que concedeu a recomposição de 4,62% para todo o funcionalismo estadual.
A gestão Zema também ressaltou o histórico de valorização salarial para a segurança pública no estado com 13% de reajuste, em 2020, para as categorias do setor. “Em março de 2025, foi anunciado o pagamento do auxílio-alimentação para as forças de segurança, incorporando um acréscimo de até 34% ao salário desses servidores”, acrescentou.
Goiás tem pacote aprovado de R$ 1 bilhão para funcionalismo
Em janeiro de 2025, o governador goiano, Ronaldo Caiado, sancionou um pacote de R$ 1,1 bilhão com atualização de planos de carreira e reajustes de salários no funcionalismo do estado de Goiás. Segundo o texto de autoria do Executivo, aprovado pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o reajuste de 4,83% contempla os servidores civis, militares, ativos e inativos, assim como pensionistas, tendo como referência o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024.
Na segurança pública, o reajuste é de 11,68% para as polícias civil e técnico-científica e de 5,85% para tenentes, alunos e praças da Polícia Militar e bombeiros. Na área da educação, de acordo com o governo goiano, o magistério terá atualização progressiva do piso salarial em 6,27% neste ano.
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Conteúdo editado por: Rafael Fantin