Que trechos de rodovias do Paraná precisam ser duplicados nos novos contratos de concessão, a partir de 2021? O governo estadual não quer responder sozinho a perguntas que envolvem estratégias de desenvolvimento, como essa, e decidiu criar um "conselhão" da iniciativa privada, com quem se reunirá uma vez por mês para alinhar as prioridades.
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Segundo o vice-governador Darci Piana, encarregado das articulações, o conselho ajudará o governo a abrir os olhos sobre áreas que precisam de mais cuidado do poder público.
“Vai que alguém precise de um pedaço de rodovia que não foi planejado e que seria importante? Esse grupo vai levar a reivindicação ao governo. E vale para ferrovia, melhorias nos portos. Tudo isso vai ser tratado pelo conselho”, diz o vice-governador.
Formalizado no final do ano passado, através de decreto assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), o Conselho de Desenvolvimento Empresarial e de Infraestrutura do Paraná começa a ser estruturado.
Deve funcionar como um fórum permanente entre representantes do governo e grandes empresários do Paraná. Da administração estadual, haverá integrantes dos gabinetes do governador e vice-governador, além de membros de cinco secretarias: Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Projetos Estruturantes, Infraestrutura e Logística e Justiça, Família e Trabalho.
O G7 também irá compor a mesa de trabalho. O grupo é formado pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Federação e Organização das Cooperativas do Paraná (Fecoopar), Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), Associação Comercial do Paraná (ACP) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap).
Além de uma estrutura fixa composta pelo governo e por representantes do G7, haverá empresários convidados de áreas diversas da economia. O vice-governador Darci Piana, que já foi presidente do Sistema Fecomércio (Federação do Comércio do Estado do Paraná), é quem está fazendo os convites para representantes da iniciativa privada. “Estamos buscando o empresário que represente o setor dele e que tenha bom trânsito dentro do próprio segmento que representa. Porque ele pode ter a necessidade de fazer convocação dentro do seu segmento para alguma proposta que ele queira apresentar”, explica o vice-governador.
Piana afirma que já há empresários confirmados, mas recusa adiantar nomes antes de estar com todo o grupo formalizado. Ele explica que devem ser até 18 empresários de diferentes segmentos e das seis grandes regiões do Paraná. “São empresários convidados das seis regiões do Paraná: representantes da capital e Litoral, do Norte pioneiro, região Oeste, Centro-Oeste, Campos Gerais e Sudoeste”. A primeira reunião deve ocorrer no próximo mês (fevereiro), segundo expectativa do governo.
De acordo com o vice-governador, o Conselho terá papel consultivo na definição de prioridades. “Quem que pensa pelo estado inteiro? Claro que tem que ser o governo, mas o governo sofre pressão política, por falta de recursos. Agora a gente junta todo o setor produtivo do estado para apresentar prioridades. Todos juntos vão buscar recursos. É uma coisa aberta e de interesse exclusivamente do estado”, pontua.
Em escala regional, o conselho de Ratinho Jr. é uma réplica do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), conhecido como “conselhão” e criado pelo ex-presidente Lula em 2003, com mais de 90 representantes da sociedade civil e grande número de empresários. O conselhão subsistiu até maio do ano passado, quando foi extinto pelo presidente Jair Bolsonaro, junto com outros 54 colegiados da administração pública federal. O desmonte do conselho foi classificado no início do mandato de Bolsonaro como uma das ações de "despetização do governo".
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