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Segundo o Corpo de Bombeiros do estado, 9 em cada 10 incêndios são provocados por irresponsabilidade humana
Segundo o Corpo de Bombeiros do estado, 9 em cada 10 incêndios são provocados por irresponsabilidade humana| Foto: Gilson Abreu/AEN

Depois de 2021 ficar marcado por altas taxas de incêndios florestais no Paraná em decorrência da baixa quantidade de chuvas, o número de ocorrências caiu pela metade em 2022. De 1º de janeiro a 19 de julho deste ano foram registrados 2.081 casos, representando queda de 52% em relação ao mesmo período do ano anterior, que teve 4.335 incêndios florestais atendidos pelo Corpo de Bombeiros.

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Segundo a corporação, os dados são resultado do maior volume de chuvas, que tem contribuído para manter a alta umidade do ar e evitar que a vegetação fique muito seca. “Temos tido chuva até no inverno, que costuma ser época de estiagem, então as ocorrências diminuíram”, afirmou o tenente Alisson Rocha Vieira.

De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), isso tem ocorrido porque o fenômeno La Niña – que gera mudanças significativas nos padrões de precipitação – foi muito intenso em 2021, mas agora está mais fraco. “Então, tivemos volumes de chuvas mais próximos do normal entre janeiro e junho deste ano”, explica o meteorologista Reinaldo Kneib, ao citar aumento de 39% na quantidade de chuvas em Curitiba, 43% em Cascavel e 72% na região de Guarapuava. “Uma melhora significativa”.

No entanto, a preocupação com os focos de incêndio continua, pois os meses de julho e agosto costumam ser os mais secos do ano, aumentando a chance de incêndios. “E as principais causas são ações humanas”, alerta o tenente Vieira, ao citar incêndios criminosos, queimadas para limpeza de vegetação que acabam saindo do controle e situações de negligência, como fogueiras que não foram apagadas corretamente ou lixo jogado em terrenos baldios e em matas.

De acordo com ele, esse último ponto é bem conhecido pelas bitucas de cigarro jogadas à beira da rodovia que podem iniciar grandes incêndios florestais. No entanto, o problema é mais amplo, pois “até um pacote de salgadinho, uma garrafa de vidro ou uma lata de refrigerante podem esquentar com o sol e, em contato com a vegetação muito seca, acabar pegando fogo”.

Portanto, o tenente do Corpo de Bombeiros defende que é necessário ter mais conscientização a respeito do problema e das consequências que um incidente traz à natureza e às comunidades envolvidas. “Nossa principal recomendação para isso é que as pessoas não coloquem fogo nas matas e nem joguem lixo nesses locais”, pontua, ao citar a campanha Paraná Contra Incêndio Florestal” lançada na última terça-feira (19) em todo o estado.

Desenvolvida por diversas instituições públicas e privadas, a iniciativa tem a intenção de alertar a população sobre o assunto, mostrar quais ações podem causar incêndios e o que fazer ao avistar um foco. “Nossa recomendação é que você procure um lugar seguro e ligue para o 193 acionando os bombeiros para que façam o combate ou, pelo menos, o confinamento do incêndio”, explica o tenente.

“E, caso alguém veja alguém jogando lixo em alguma mata ou colocando fogo intencionalmente, deve acionar a Polícia Militar pelo 190 ou ligar para o Disque Denúncia 181”, completa.

Penalidades a quem provoca incêndios florestais

Vale lembrar que quem provoca um incêndio florestal, mesmo sem intenção, está cometendo crime e pode ser penalizado com reclusão de dois a quatro anos. A multa varia entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, dependendo do número de hectares afetados pelo fogo e dos danos causados à fauna e à flora.

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