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À frente da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol ousou enfrentou os "poderosos", como costumava dizer.
Audiência tem por objetivo esclarecer alegação de Tacla Duran sobre vínculo pessoal entre Deltan e procurador do MPF.| Foto: André Rodrigues/Arquivo Gazeta do Povo

O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato, quer ouvir Deltan Dallagnol (Podemos-PR) como testemunha no caso que envolve o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção envolvendo a empreiteira.

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Tacla Duran acusou Dallagnol e o senador Sergio Moro (União-PR) de tentarem extorqui-lo para que não fosse preso durante um desdobramento da Lava Jato na época em que Dallagnol era o coordenador da força-tarefa e Moro, o juiz responsável.

A intimação para a oitiva, emitida em despacho desta sexta-feira (19), tem por objetivo esclarecer se Dallagnol possui algum vínculo pessoal com o procurador da República Walter José Mathias Junior, que representou o Ministério Público Federal (MPF) na audiência em que Tacla Duran proferiu as acusações, em março passado.

Em abril, o advogado entrou com exceção de suspeição contra Mathias Junior alegando atuação parcial do procurador. O motivo seria um suposto vínculo pessoal dele com Deltan Dallagnol.

No despacho, Eduardo Appio afirma que, “ainda que Rodrigo Tacla Duran faça referência direta à audiência realizada neste Juízo Federal, durante a qual o exmo. Sr. procurador da República reconheceu vínculos de convivência pessoal do ex-procurador Deltan Dallagnol, considero que a prova produzida até o momento deve ser complementada pela oitiva da testemunha referida, a qual deve esclarecer se mantém vínculo de amizade pessoal e íntima com o exmo. Sr. procurador da República requerido.”

Na época da acusação de Tacla Duran contra Moro e Dallagnol, Appio determinou que o caso fosse enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que cabe à Corte analisar ações envolvendo pessoas com foro privilegiado. Agora, o juiz convoca a audiência na Justiça Federal de Curitiba justificando ser “fato notório que a referida testemunha não mais ostenta prerrogativa de foro ou os privilégios inerentes ao mandato de deputado federal”.

Na última terça-feira (16), o TSE indeferiu o registro de candidatura de Dallagnol, procedendo à cassação do mandato de deputado na Câmara Federal.

A respeito da alegação de Tacla Duran de que teria ligação pessoal com o procurador do MPF, Deltan Dallagnol afirma que falou uma ou duas vezes por aplicativo de mensagens com Mathias Junior, e sobre assuntos aleatórios. “Falei com ele por questão de saúde de filhos, algo relacionado a isso, mas não lembro de sequer tê-lo encontrado alguma vez. Mais uma bobagem de alguém que está tentando buscar ‘pêlo em ovo’ para atacar a Lava Jato”, conclui.

A audiência na 13ª Vara Federal está marcada para 19 de junho, e será presencial.

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