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O novo Ligeirão Leste-Oeste promete transformar a mobilidade urbana em Curitiba (PR) e região metropolitana. Com ônibus elétricos e apenas 11 pontos de parada, ligará a cidade de Pinhais ao CIC Norte, na capital paranaense. A perspectiva é atingir diretamente cerca de 130 mil passageiros por dia, no projeto que representa um avanço significativo no modelo de transporte coletivo entre as cidades.
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A intervenção urbana é coordenada pela prefeitura de Curitiba com financiamento de US$ 75 milhões do New Development Bank (NDB), além de contrapartidas do município. A proposta abrange:
- requalificação dos 22,5 quilômetros de canaletas exclusivas para o transporte coletivo
- modernização de cinco terminais
- revitalização de 34 estações-tubo
- criação de vias compartilhadas
- infraestrutura cicloviária
- calçadas acessíveis.
“É um salto de vanguarda no transporte público de Curitiba, com ônibus elétricos e intermodalidade como diretrizes”, resume Márcio Teixeira, coordenador-geral da Unidade Técnico Administrativa de Gerenciamento (Utag), órgão vinculado à prefeitura de Curitiba e responsável pela coordenação de projetos com financiamento internacional.

Com Ligeirão Leste-Oeste, perspectiva aos passageiros é de redução no tempo de deslocamento
A estimativa é de que o novo sistema do Ligeirão Leste-Oeste reduza em até 23 minutos o tempo de deslocamento entre o Terminal de Pinhais e o Terminal da CIC (Cidade Industrial de Curitiba). Com 11 paradas no percurso e conexões diretas a diferentes modais, o Ligeirão pretende incentivar a migração de usuários para o transporte coletivo, desafogando o trânsito e diminuindo as emissões de carbono.
Segundo o presidente da Urbs (empresa de economia mista que administra o sistema de transporte da cidade), Ogeny Pedro Maia Neto, “é uma conexão estruturante que melhora o acesso ao transporte de qualidade, especialmente para os bairros mais afastados”. Ele reforça que a proposta é ampliar a integração com a Região Metropolitana de Curitiba e tornar a mobilidade mais eficiente.
O projeto do Ligeirão Leste-Oeste contempla não apenas melhorias no sistema viário, como uma ampla transformação urbana. Intervenções já entregues, como o binário Nivaldo Braga/Olga Balster, contribuíram para o aumento da fluidez no tráfego e mais segurança para pedestres e ciclistas, conforme a administração pública local.
Além disso, novos terminais — como o do Capão da Imbuia e o reformado Campina do Siqueira — terão estruturas com autossuficiência energética, bicicletários e áreas de comércio e serviço. Um dos destaques é a mudança que está prevista para a Rua Nagib da Silva, que será convertida em calçadão em dois quarteirões. A proposta, segundo Márcio Teixeira, “vai incentivar a ocupação do espaço urbano, estimular o comércio e melhorar a convivência comunitária com foco na mobilidade ativa”.
Eletromobilidade e sustentabilidade: a preparação do transporte de Curitiba para o futuro
Outro eixo central do projeto é a incorporação da eletromobilidade ao sistema. Curitiba aprovou um financiamento de € 100 milhões (R$ 628,9 milhões) com o banco alemão KfW para a aquisição de 84 ônibus elétricos biarticulados, além da instalação de eletropostos públicos e sistemas fotovoltaicos em equipamentos urbanos. “Os veículos serão recarregados nas garagens das operadoras e também em pontos estratégicos do trajeto”, explica o presidente da Urbs.
O projeto é executado por etapas, divididas em lotes para reduzir os impactos no trânsito e agilizar as entregas. Neste momento, estão em andamento as obras dos lotes 4.1 e 4.2, ambos localizados no bairro Cajuru. Os contratos dessas frentes têm previsão de conclusão até janeiro de 2026.

Outras etapas foram licitadas ou estão em processo de contratação, como o lote 2.3, que terá 15 meses de execução após a assinatura da ordem de serviço. Já a construção do novo Terminal Capão da Imbuia deve durar 20 meses, segundo o cronograma oficial.
O lote 5, que envolveu o binário Olga Balster/Nivaldo Braga, foi concluído recentemente. De acordo com o secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur, a atuação, além de envolver cronogramas escalonados, conta com reuniões públicas e comunicação direta com comerciantes e moradores. “Estamos executando os lotes de forma gradual, com reuniões públicas, atendimento social e acompanhamento técnico para garantir segurança, mobilidade e transparência ao longo do processo”, destaca Jamur.
A prefeitura vende o conceito de que o Ligeirão Leste-Oeste vai preparar Curitiba para o futuro do transporte coletivo. O projeto está alinhado ao plano de mobilidade da cidade para os próximos 10 a 20 anos, com foco na integração total entre modais, uso de tecnologias inteligentes e expansão da rede BRT. “Esse corredor consolida um modelo sustentável, moderno e centrado nas pessoas, que vai orientar a mobilidade urbana de Curitiba pelas próximas décadas”, aposta Márcio Teixeira.
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