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Estado enviou série de pareceres técnicos sobre cultivo estendido da soja no Paraná
Estado enviou série de pareceres técnicos sobre cultivo estendido da soja no Paraná| Foto: Gilson Abreu/AEN

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disse que pode revisar e mudar o teor da Portaria 840, que encurtou de 140 para 100 dias a janela de plantio da soja no Paraná, estado que é o segundo maior produtor de grão do país.

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Na última semana, pareceres técnicos de diferentes instituições ligadas ao agronegócio, reforçados pelo Governo do Paraná, a partir da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) e da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) foram enviados às equipes do Mapa para reforçar as condições de ampliação do zoneamento, a exemplo do que ocorria nos anos anteriores.

“Agricultura se faz com planejamento, não dá para definir assim, pouco antes do início do plantio. Provamos de forma técnica ao Mapa, com o envio de pareceres de diferentes órgãos, que o Paraná faz sua parte na prevenção à ferrugem asiática. Pedimos que, se não voltar o calendário de 140 dias, que ao menos tenhamos 120 dias de plantio”, disse o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara.

A portaria foi publicada pelo órgão federal no mês de julho, apenas dois meses antes do início da semeadura que no estado. Pelo primeiro documento, o cultivo no Paraná encerraria na segunda quinzena de dezembro. Antes, a semeadura estava liberada até o fim de janeiro.

“No momento da publicação, o produtor já tinha comprado insumos, sementes, arrendou e preparou a terra, existe um planejamento”, completou Ortigara, ao destacar que, no caso de a decisão valer para os próximos anos, que ocorra de forma programada e gradativa.

Com a redução da janela estipulada pelo Ministério da Agricultura, o Paraná poderia perder cerca de 650 mil hectares destinados à cultura no sudoeste do estado, de onde foram colhidas 2,7 milhões de toneladas no último ciclo, o equivalente à perda de rentabilidade no campo de quase R$ 6 bilhões.

“Essa região costuma plantar mais tarde por conta de outros cultivos que existem lá. Até daria para plantar fora da janela, mas interfere em financiamento, custeio e ficaria sem seguro agrícola. Um risco que muitos produtores não querem e não vão correr”, completou o secretário.

Mapa diz que quer evitar ferrugem asiática da soja

Como justificativa à portaria, o Mapa tem afirmado que o calendário de semeadura e o vazio sanitário têm como foco controlar a ferrugem asiática da soja no país e que “as datas estipuladas têm um nível de flexibilidade para alterações e autorizações excepcionais, desde que os pedidos sejam encaminhados dos Estados para o Mapa com argumentação técnica para que possam ser analisados e posteriormente publicados”.

Há mais de uma década, o Paraná adota, como forma preventiva ao fungo da ferrugem, o chamado vazio sanitário. De julho a início de setembro ficam proibidos os cultivos comerciais e voluntários da oleaginosa.

O Ministério da Agricultura alertou que o “procedimento é feito todos os anos de forma a atender as necessidades regionais, visto às diferenças de produções e climas do Brasil”. O governo federal considerou ainda que as decisões para definição do calendário são feitas com base em informações técnicas, principalmente da Embrapa, sobre a evolução do controle da ferrugem ao longo do tempo.

“O Programa Nacional de Combate à Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), de governança da Secretaria de Defesa Agropecuária, busca harmonizar ao máximo o controle da ferrugem asiática nas diferentes regiões do país. Assim como nos demais programas oficiais de prevenção e controle de pragas, as particularidades regionais podem ser consideradas, conforme as excepcionalidades, sem que, no entanto, comprometam a sustentabilidade da cadeia produtiva como um todo”, descreveu. O Mapa não informou, no entanto, qual o prazo estimado para confirmar a alteração da portaria.

Segundo Ortigara, para reforçar a necessidade de manutenção do calendário passado, foram elaborados pareceres de setores como da Federação das Agricultura do Estado do Paraná (Faep), da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e da própria Seab.

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