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Obras de terraplanagem para a construção da esmagadora de soja da cooperativa C.Vale, de Palotina
Obras de terraplanagem para a construção da esmagadora de soja da cooperativa C.Vale, de Palotina| Foto: Divulgação/C.Vale

Municípios com população de até 100 mil habitantes representam metade das dez cidades paranaenses que estão recebendo ou receberão mais investimentos enquadrados desde janeiro de 2019 no Paraná Competitivo, programa estadual que estabelece incentivos para que empresas invistam no estado.

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Segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), Ortigueira (Campos Gerais), Palotina (Oeste), Castro (Campos Gerais), Ibiporã (Norte) e Antonina (Litoral) aparecem no top 10 de investimentos previstos ao lado de algumas das maiores economias do estado, como Curitiba, São José dos Pinhais e Ponta Grossa, e à frente de Londrina, Maringá e Cascavel, três das cinco maiores cidades paranaenses.

Confira os investimentos totais nas dez cidades que receberão mais recursos:

  • Ortigueira: R$ 9.900.000.000,00
  • São José dos Pinhais: R$ 1.687.444.971,00
  • Guarapuava: R$ 1.514.293.221,00
  • Ponta Grossa: R$ 1.416.863.965,00
  • Palotina: R$ 451.633.283,00
  • Castro: R$ 429.584.688,00
  • Curitiba: R$ 284.719.653,00
  • Ibiporã: R$ 186.000.000,00
  • Toledo: R$ 177.000.000,00
  • Antonina: R$ 159.000.000,00

De acordo com a Sefa, desde janeiro de 2019, ao todo foram aprovados 101 processos, para investimentos em 36 municípios, dentro do Paraná Competitivo. Esses aportes somam R$ 17,2 bilhões e devem ocorrer dentro de cinco anos a partir da assinatura junto ao programa. A projeção é de que vão gerar 5.029 empregos.

Em Ortigueira, onde os investimentos representam mais da metade do total aprovado, a liderança se deve a uma grande expansão que a empresa de papel e celulose Klabin está fazendo na sua fábrica.

Em Palotina, a cooperativa C.Vale recebeu nesta sexta-feira (28) a licença de instalação da sua indústria esmagadora de soja – o investimento total, de R$ 552 milhões, será até superior ao informado pela Sefa. O objetivo da cooperativa é deixar de comprar farelo e óleo de soja de terceiros, para reduzir custos. A indústria vai gerar 580 empregos diretos e indiretos e a construção vai gerar 1,5 mil postos de trabalho, segundo a C.Vale.

Os frigoríficos de frangos e de peixes da cooperativa serão os principais clientes do novo empreendimento, que deve ser concluído em 2023: a C.Vale abate mais de 600 mil frangos e mais de 100 mil tilápias/dia.

O presidente da cooperativa, Alfredo Lang, destaca o fato de a C.Vale estar fazendo um investimento de mais de meio bilhão em meio à crise gerada pela pandemia de Covid-19, o que exige cautela.

“Os investimentos estão sendo feitos numa velocidade menor que o ideal. Você precisa ser muito mais cauteloso em função da pandemia e do desemprego, porque o consumo do mercado interno está patinando. O aumento da produção tem que vir casado com o consumo, senão você tem uma grande dificuldade de colocar seu produto no mercado. No caso das carnes, o problema é maior porque os custos da matéria-prima, milho e soja, estão bastante altos”, argumenta.

“A recuperação da economia vai ser muito lenta justamente em função do desemprego e das dificuldades de caixa dos governos. Quando o poder público investe, ele cria demanda para a iniciativa privada, que precisa contratar, então gera empregos e essa renda alimenta o consumo. Como a pandemia está agravando as dificuldades de caixa dos estados e da União, a retomada vai ser a conta-gotas”, acrescenta Lang.

A secretária municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Palotina, Regina Ticianeli Stefanello, aponta que a vocação para o agronegócio tem feito o município resistir à crise. “Em abril, ficamos entre os primeiros do Paraná em geração de empregos. A C.Vale e outras empresas que temos são resilientes, não desistem mesmo diante da crise”, elogia.

José Eduardo Bekin, diretor-presidente da Invest Paraná, agência vinculada ao governo do estado que atua na recepção dos pleitos e solicitações de adesão ao Paraná Competitivo, diz que o objetivo é sempre tentar levar investimentos para cidades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“Quando recepciono empresários, não tento induzir nada. Mas sempre falo que, se eu fosse investir, investiria numa região de baixo IDH. Geralmente falam que falta infraestrutura, e eu respondo que o único jeito de levar infraestrutura para uma região assim é colocar uma indústria lá. Porque em um ano, um ano e meio, o tempo que a obra dessa indústria dura, conseguimos fazer chegar o que é necessário”, argumenta Bekin.

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