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A prefeitura de Curitiba lançou nesta sexta-feira (19) a modelagem da nova concessão do transporte coletivo, que promete modernizar o sistema e recolocar a capital paranaense como referência em mobilidade urbana. O projeto, estruturado em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), prevê integração temporal em todas as linhas, ampliação da frota, ônibus 100% elétricos em corredores estruturais e investimentos de R$ 3,7 bilhões ao longo de 15 anos.
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O edital da licitação da nova concessão do transporte coletivo deve ser publicado em novembro, com leilão na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, em janeiro de 2026. A previsão é que o novo contrato entre em vigor em junho do mesmo ano, com período de transição de até 24 meses.
Segundo o prefeito Eduardo Pimentel (PSD), a mudança inaugura uma nova fase na mobilidade urbana da cidade. “Curitiba entra em uma nova era do transporte coletivo. A população quer três coisas: ônibus de qualidade, no horário e com tarifa justa. Esse é o nosso compromisso”, afirmou.
Integração temporal deve reduzir tempo de viagem aos passageiros
A principal novidade da nova concessão do transporte coletivo é a integração temporal irrestrita. Isso significa que todos os passageiros poderão trocar de linha, em qualquer ponto da cidade e dentro de um período pré-estabelecido, sem pagar uma nova passagem. A medida deve reduzir o tempo de viagem, os custos para os usuários e o número de deslocamentos obrigatórios por terminais.
Além disso, a frota será renovada com foco na eletromobilidade. Curitiba conta com apenas sete ônibus elétricos, mas o novo contrato prevê 245 veículos zero emissões em operação até 2031, incluindo todos os biarticulados e linhas como Inter 2 e Interbairros II. Outros 149 veículos a diesel modelo Euro 6, menos poluentes, também serão adquiridos no início do contrato.

“A nova concessão do transporte coletivo está alinhada ao planejamento estratégico de Curitiba para a construção de uma mobilidade sustentável e inovadora. Queremos que os deslocamentos coletivos e ativos sejam protagonistas na cidade”, destacou a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Ana Zornig Jayme.
O projeto prevê novos ônibus com ar-condicionado, idade média de sete anos para a frota e implantação de dois eletropostos públicos de recarga, localizados nos terminais Capão Raso e Capão da Imbuia.
Com nova concessão do transporte coletivo, prefeitura projeta aumento de 500 mil passageiros
O contrato, estimado em R$ 18 bilhões ao longo de 15 anos, será dividido em cinco lotes — dois de BRTs (Bus Rapid Transit que, em Curitiba, são os biarticulados que circulam por canaletas exclusivas) e três regionais (norte, sul e oeste). Os vencedores serão definidos pelo maior desconto sobre a remuneração de referência de cada lote. A Linha Turismo terá edital próprio.
A remuneração das empresas responsáveis pela nova concessão do transporte coletivo passará a ser feita por quilômetro rodado, e não mais por número de passageiros, o que, segundo a prefeitura, permite maior previsibilidade de custos e estabilidade tarifária. A tarifa social, hoje em R$ 6, permanecerá congelada até a efetiva entrada do novo contrato, afirma a administração municipal.
De acordo com o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, a modelagem foi construída para reduzir riscos e atrair concorrência. “Conseguimos criar uma estrutura de garantias que dá mais segurança às operadoras e gera maior desconto na licitação. Com isso, esperamos um sistema eficiente, com modicidade tarifária e aumento de 500 mil passageiros já no primeiro ano”, explicou.
O BNDES, que apoiou a estruturação do contrato, reforça que o modelo foi pensado para com foco em sustentabilidade financeira e qualidade do serviço. “Nosso objetivo é que Curitiba tenha um sistema competitivo, sustentável e acessível ao usuário. O sucesso depende de atrair mais passageiros e oferecer um transporte que seja, de fato, a melhor alternativa de deslocamento”, afirmou Luciene Machado, superintendente da área de Soluções para Cidades do banco.
Consulta pública e participação popular
A consulta pública da nova concessão do transporte coletivo está aberta até 17 de outubro pelo site da Urbs. Além disso, serão realizadas duas audiências presenciais, nos dias 1º e 15 de outubro, no Parque Barigui.
“Nós queremos ouvir os usuários do transporte coletivo. Quem utiliza o sistema todos os dias sabe onde ele pode melhorar. Essa contribuição será incorporada ao edital final”, disse o prefeito de Curitiba.
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