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R$ 3,7 bilhões e frota elétrica

Nova concessão do transporte coletivo prevê troca de ônibus sem pagar nova tarifa em Curitiba

O edital da licitação da nova concessão do transporte público de Curitiba deve ser publicado em novembro, com leilão na B3, em São Paulo, em janeiro de 2026
O edital de licitação da nova concessão deve ser publicado em novembro, com leilão na B3 previsto para janeiro de 2026 (Foto: Isabella Mayer/Prefeitura de Curitiba)

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A prefeitura de Curitiba lançou nesta sexta-feira (19) a modelagem da nova concessão do transporte coletivo, que promete modernizar o sistema e recolocar a capital paranaense como referência em mobilidade urbana. O projeto, estruturado em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), prevê integração temporal em todas as linhas, ampliação da frota, ônibus 100% elétricos em corredores estruturais e investimentos de R$ 3,7 bilhões ao longo de 15 anos.

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O edital da licitação da nova concessão do transporte coletivo deve ser publicado em novembro, com leilão na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, em janeiro de 2026. A previsão é que o novo contrato entre em vigor em junho do mesmo ano, com período de transição de até 24 meses.

Segundo o prefeito Eduardo Pimentel (PSD), a mudança inaugura uma nova fase na mobilidade urbana da cidade. “Curitiba entra em uma nova era do transporte coletivo. A população quer três coisas: ônibus de qualidade, no horário e com tarifa justa. Esse é o nosso compromisso”, afirmou.

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Integração temporal deve reduzir tempo de viagem aos passageiros

A principal novidade da nova concessão do transporte coletivo é a integração temporal irrestrita. Isso significa que todos os passageiros poderão trocar de linha, em qualquer ponto da cidade e dentro de um período pré-estabelecido, sem pagar uma nova passagem. A medida deve reduzir o tempo de viagem, os custos para os usuários e o número de deslocamentos obrigatórios por terminais.

Além disso, a frota será renovada com foco na eletromobilidade. Curitiba conta com apenas sete ônibus elétricos, mas o novo contrato prevê 245 veículos zero emissões em operação até 2031, incluindo todos os biarticulados e linhas como Inter 2 e Interbairros II. Outros 149 veículos a diesel modelo Euro 6, menos poluentes, também serão adquiridos no início do contrato.

Nova concessão do transporte coletivo vai permitir integração temporal entre todas as linhas de Curitiba, em qualquer ponto da cidade, sem cobrança de nova tarifaNova concessão do transporte coletivo vai permitir integração temporal entre todas as linhas de Curitiba, em qualquer ponto da cidade, sem cobrança de nova tarifa (Foto: Ricardo Marajó/Prefeitura de Curitiba)

“A nova concessão do transporte coletivo está alinhada ao planejamento estratégico de Curitiba para a construção de uma mobilidade sustentável e inovadora. Queremos que os deslocamentos coletivos e ativos sejam protagonistas na cidade”, destacou a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Ana Zornig Jayme.

O projeto prevê novos ônibus com ar-condicionado, idade média de sete anos para a frota e implantação de dois eletropostos públicos de recarga, localizados nos terminais Capão Raso e Capão da Imbuia.

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Com nova concessão do transporte coletivo, prefeitura projeta aumento de 500 mil passageiros

O contrato, estimado em R$ 18 bilhões ao longo de 15 anos, será dividido em cinco lotes — dois de BRTs (Bus Rapid Transit que, em Curitiba, são os biarticulados que circulam por canaletas exclusivas) e três regionais (norte, sul e oeste). Os vencedores serão definidos pelo maior desconto sobre a remuneração de referência de cada lote. A Linha Turismo terá edital próprio.

A remuneração das empresas responsáveis pela nova concessão do transporte coletivo passará a ser feita por quilômetro rodado, e não mais por número de passageiros, o que, segundo a prefeitura, permite maior previsibilidade de custos e estabilidade tarifária. A tarifa social, hoje em R$ 6, permanecerá congelada até a efetiva entrada do novo contrato, afirma a administração municipal.

De acordo com o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, a modelagem foi construída para reduzir riscos e atrair concorrência. “Conseguimos criar uma estrutura de garantias que dá mais segurança às operadoras e gera maior desconto na licitação. Com isso, esperamos um sistema eficiente, com modicidade tarifária e aumento de 500 mil passageiros já no primeiro ano”, explicou.

O BNDES, que apoiou a estruturação do contrato, reforça que o modelo foi pensado para com foco em sustentabilidade financeira e qualidade do serviço. “Nosso objetivo é que Curitiba tenha um sistema competitivo, sustentável e acessível ao usuário. O sucesso depende de atrair mais passageiros e oferecer um transporte que seja, de fato, a melhor alternativa de deslocamento”, afirmou Luciene Machado, superintendente da área de Soluções para Cidades do banco.

Consulta pública e participação popular

A consulta pública da nova concessão do transporte coletivo está aberta até 17 de outubro pelo site da Urbs. Além disso, serão realizadas duas audiências presenciais, nos dias 1º e 15 de outubro, no Parque Barigui.

“Nós queremos ouvir os usuários do transporte coletivo. Quem utiliza o sistema todos os dias sabe onde ele pode melhorar. Essa contribuição será incorporada ao edital final”, disse o prefeito de Curitiba.

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