O governo do Paraná está nesse momento definindo as bases para a renovação do contrato de concessão de distribuição do gás natural por mais 30 anos. É a oportunidade para corrigir distorções que já duram décadas e que fizeram o preço do insumo no estado ser um dos mais altos do país.
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“É um momento especial de tomada de decisão. O governo do Paraná tem que decidir se quer promover o desenvolvimento do estado ou aumentar o lucro da Copel na privatização da Compagas”, avalia Adrianno Farias Lorenzon, diretor de gás da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace).
Segundo Lorenzon, a minuta que será levada à audiência pública sobre o tema, agendada para esta terça-feira (22), às 9 horas, direciona para maximizar o lucro da Copel, mantendo ou aumentando a margem de distribuição.
O diretor da Abrace refere-se ao processo de venda de 51% das ações da Compagas, que pertencem à Copel, que deve acontecer este ano. Os outros 49% pertencem a Gaspetro e a Mitsui, cada uma com 24,5% das ações. Antes de colocar as ações da Copel à venda, o governo está buscando renovar o acordo para garantir valor de venda à companhia.
“Se o governo mantiver a proposta com está, o preço do gás continuará alto, o que vai aumentar o lucro da Copel, mas o Paraná manterá um mercado pífio, medíocre e pouco competitivo de gás natural”, diz o diretor da Abrace. O preço cobrado pela Compagas é de R$ 0,80 por metro cúbico, enquanto Santa Catarina cobra R$ 0,45 e a média nacional é de R$ 0,60.
Mudança tem que ser de 180 graus, diz Abrace
“É hora de o governo dizer se quer, de fato, desenvolver o estado, com investimentos de longo prazo, com atração de indústrias, geração de empregos e impostos”, reforça. Lorenzon diz que a Abrace vai para a audiência pública com a expectativa de mostrar ao governo que “a mudança tem que ser de 180 graus”.
O CEO da Compagas, Rafael Lamastra, garante que haverá redução no preço do gás a partir do novo contrato. “O Paraná terá um contrato bem mais moderno. A intenção é que os atuais clientes possam expandir seu consumo e que tenhamos também novos consumidores. Queremos atrair investimentos para o estado e não afugentá-los”, diz Lamastra.
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