
A obra federal da BR-163, iniciada no governo de Dilma Rousseff (PT) no ano de 2014 - que já deveria ter sido encerrada e entregue à população há pelo menos 5 anos - foi alvo de novos debates na última semana no Paraná diante da promessa da retomada e conclusão dos trabalhos.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
Os 74 quilômetros de duplicação da BR-163, entre os municípios de Cascavel (PR) a Realeza (PR), no trecho entre as regiões oeste e sudoeste do estado, já consumiram dos cofres públicos mais de R$ 700 milhões em conta atualizada – mais do que o total previsto para a obra completa, que era de R$ 579 milhões e passou por cinco diferentes governos federais. Agora, a expectativa é que uma nova licitação ocorra em março de 2024 para que, ainda no próximo ano, os trabalhos sejam retomados.
O trecho foi incluído no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal e restam cerca de 17 quilômetros de duplicação a serem feitos. Além das pistas duplas, líderes políticos, empresariais e representantes da sociedade civil organizada participaram na semana passada de uma audiência pública no município de Capitão Leônidas Marques, um pelos quais a rodovia passa, para entregar uma lista de reivindicações complementares que não estão incluídas no projeto.
O superintendente do Dnit no Paraná, Hélio Gomes da Silva Junior e uma equipe técnica do órgão participaram do encontro. Além da reivindicação à conclusão do trecho, foram apresentados ao superintendente pedidos para alterações no projeto e a inclusão de marginais de mão dupla em alguns trechos, acessos a estradas rurais afetadas pela obra e facilidade de acesso a comunidades que ficariam isoladas, junto com trincheiras e retornos que ficaram fora do projeto e obras complementares que vão atingir as comunidades locais.
Segundo o prefeito de Lindoeste, Silvio Santana, foram protocolados vários pedidos ao Dnit nacional para inclusão das propostas. “Um novo estudo vai definir a nova concessão e precisa ter a garantia que as demandas serão incluídas”, alertou o prefeito.
Segundo o superintendente do Dnit no Paraná, haverá uma avaliação das demandas. Ele reconheceu que os estudos originais da obra são de 2013, com os trabalhos que se iniciaram em 2014, e que a dinâmica das cidades mudou. “Esse é o momento adequado para ver as necessidades do que se poderia incluir (no projeto). Esse é o momento para ouvir as demandas”, destacou.
Apesar de o superintendente confirmar que as verbas para conclusão do trecho estão asseguradas, o Dnit não soube precisar quanto elas ainda vão custar.
Líderes regionais reivindicaram ainda que as demandas solicitadas sejam viabilizadas antes da concessão da rodovia ao pedágio. O trecho vai entrar no novo modelo de concessão de rodovias do Paraná. A BR-163 vai integrar os lotes 5 e 6 das licitações que devem ir a leilão na Bolsa de Valores em 2024. Para os líderes regionais, é importante que o trecho e as obras complementares sejam antes para se evitar, por exemplo, tarifas mais elevadas e degraus tarifários caso as concessionárias fiquem responsáveis pelos serviços.
O presidente da Câmara de Vereadores de Capitão Leônidas Marques, Rivair Rodrigues, entidade que organizou a audiência pública, lembrou que as tratativas vêm sendo feitas desde 12 de julho, quando uma comitiva foi a Brasília e esteve com a Superintendência Nacional do Dnit pleiteando as alterações no projeto. “As cidades não podem ficar à margem do progresso, precisam de adequação dos projetos”, destacou.
Neste trecho, a BR-163 passa pelos municípios de Cascavel, Santa Tereza do Oeste, Lindoeste, Santa Lúcia, Capitão Leônidas Marques e Realeza.
-
Agro aposta em emenda para aumentar indenizações e dificultar demarcações de terras indígenas
-
Acidentes custam o dobro do que o país investe em rodovias
-
Como a oposição vai tentar barrar no Senado a indicação de Dino ao STF
-
Ministério de Dino recebe “premiação” de órgão com menor transparência em 2023
Região bilionária no agro ganha unidade da Embrapa para aves, suínos e peixes
Violência extrema e reféns sob a mira de armas: como agia o grupo que roubava cargas no Paraná
Prefeitura cancela show de Chico César após cantor ser homenageado por Lula
Polícia Federal deflagra operação contra célula do PCC que estaria envolvida com homicídios