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Operação Autoclave
São cumpridos oito mandados de prisão e 12 de busca e apreensão| Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil do Paraná cumpriu na manhã desta quarta-feira (11) 20 mandados judiciais, sendo oito de prisão temporária e 12 de busca e apreensão, em cinco cidades nos estados do Paraná e de Goiás. A ação é um desdobramento da operação Autoclave, deflagrada em setembro, que investiga um grupo suspeito de reaproveitar e vender materiais cirúrgicos já usados e que deveriam ser descartados.

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Os mandados foram cumpridos nas cidades paranaenses de Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão. Em Goiás, a ação ocorreu em Goiânia e Rio Verde. Foram presos seis médicos suspeitos de utilizar os materiais, além de uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais que teriam conhecimento da ilicitude dos procedimentos. De acordo com a Polícia Civil, cateteres e outros equipamentos descartáveis chegavam a ser utilizados em até 15 cirurgias.

Ainda segundo a polícia, materiais utilizados em cirurgias urológicas que chegam a custar R$ 1,2 mil eram adquiridos pelos profissionais da saúde por valores entre R$ 250 e R$ 300 e reutilizados diversas vezes. Como são descartáveis, nenhum órgão responsável autoriza a esterilização e o reuso dos equipamentos.

Os médicos teriam conhecimento da procedência irregular do material, que era usado em cirurgias particulares, resultando em lucros maiores. Na primeira fase da operação, a polícia ainda investigava se os profissionais que adquiriam os materiais tinham conhecimento da fraude ou se também eram enganados. Na ocasião, foram presos cinco funcionários de empresas fornecedoras de equipamentos médicos e um empregado de uma empresa de esterilização. Todos continuam detidos, segundo o delegado Alexandre Macorin.

Macorin explica que um protocolo de segurança determina que a embalagem de cateteres novos tenha quatro diferentes etiquetas. “Quando eles eram reutilizados e reembalados, essas etiquetas não constavam. Ou seja, é praticamente impossível que um médico compre esse material sem saber que está sendo utilizado indevidamente”, disse.

Embora tenha ressaltado o risco de infecção que corriam os pacientes submetidos a cirurgias com os materiais reutilizados, o delegado informou não ter chegado ao conhecimento da polícia a informação de algum caso. Ele destacou que, com o material apreendido nesta quarta-feira e a continuidade das investigações, é possível que haja novas fases da operação.

Conforme a Polícia Civil, os presos devem ser indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

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