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Cursos técnicos viram alternativas para inserção mais rápida no mercado de trabalho.
Cursos técnicos viram alternativas para inserção mais rápida no mercado de trabalho.| Foto: Jaelson Lucas/ AEN

A urgência de contribuir com as despesas familiares durante a pandemia tem aumentado a busca de jovens do ensino médio por uma formação em curso técnico. Pesam na escolha o fato desses cursos terem menor duração e promoverem rápida inserção no mercado de trabalho.

No Paraná, só na rede estadual de ensino,  foram ofertadas para 2021 mais de 23 mil vagas em 57 cursos disponíveis. Isso apenas na modalidade de educação profissional. São cursos como técnico em logística, meio ambiente, segurança do trabalho, administração, edificações, mecânica, eletrônica, vestuário, química, saúde bucal, teatro, agropecuária, informática, formação de docentes, administração e edificações, entre outros. A Secretaria Estadual de Educação já havia registrado em 2020, aumento no número de matrículas realizadas na comparação com o ano de 2019. No ano anterior a pandemia foram realizadas 71.160 matrículas, já em 2020 o número de matriculados aumentou para 75.565 alunos em quatro modalidades de ensino: o médio integrado, a educação profissional (subsequente e concomitante) e o magistério.

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De acordo com Júlio César Ormerod, diretor de duas franquias do curso Grau Técnico, os cursos mais procurados são os da área da saúde. “Nós notamos que os jovens têm procurado o curso técnico como uma alternativa rápida de inserção no mercado. Os mais procurados são os na área da saúde como técnico em enfermagem, técnico em radiologia, análises clínicas e farmácia. Esses são os nossos campeões de audiência atualmente por causa do coronavírus”, afirma.

A franquia é uma das maiores do país e está em crescimento no Paraná. Já conta com unidades em Maringá, Curitiba e, no início de 2021, em plena pandemia, abriu uma nova unidade em São José dos Pinhais. Júlio atribui o crescimento ao trabalho desenvolvido não somente para capacitar, mas também para inserir o jovem nas empresas.. “O curso possui uma agência de encaminhamento para os alunos onde eles são capacitados para participar de entrevistas. Também mantemos parcerias com empresas para que possamos encaminhar os alunos para as vagas disponíveis”, conclui.

A alta procura por profissionais da área da saúde demandada pela pandemia do coronavírus também impactou a formatação dos cursos livres voltados para a capacitação de profissionais da saúde que já possuem formação prévia. De acordo com Aldinei Doreto, coordenador da divisão de tecnologia aplicada à educação da saúde da Escola de Saúde Pública do Paraná, foi preciso criar cursos livres para capacitar profissionais que precisaram desenvolver novas competências num período curto de tempo. “Nosso foco é formar profissionais que possam atender o sistema público de acordo com as necessidades do dia-a-dia das unidades de saúde. Nós formatamos alguns cursos para atender a procura por profissionais que pudessem atuar junto aos pacientes com Covid-19 e a procura por esses cursos explodiu”, afirma.

"Para se ter uma ideia, em 4 anos de existência, a Escola de Saúde Pública registrou cerca de 90.000 matrículas. Só em 2020, o número de matriculados chegou a cerca de 60.000 alunos, o que representa um salto imenso no número anual de matrículas”, conta Doreto. A Escola de Saúde Pública do Paraná oferece capacitações rápidas nas áreas de higiene hospitalar, cuidados com idosos em casas de longa permanência, uso de equipamentos de proteção individual, aplicação de vacinas, além dos cursos específicos voltados para fisioterapeutas que atuam em unidades de terapia intensiva (UTI’s).

Projeto "Gente de Bem" atende jovens em vulnerabilidade

Desde 2006, Curitiba conta um projeto voltado para alunos do ensino médio de escolas estaduais. O objetivo é trabalhar o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens carentes da capital. O projeto “Gente de Bem, educação que transforma” já atendeu mais de 30 mil estudantes da rede pública em Curitiba e cidades da região metropolitana.

Com a ajuda de empresas privadas, o projeto oferece cursos de capacitação profissional gratuitos que envolvem a preparação desses jovens para o mercado de trabalho. “Nós lidamos com jovens em situação de vulnerabilidade social. 1/3 dos nossos alunos estão em situação de risco e a pandemia ampliou ainda mais essas fragilidades”, explica Luciano Diniz, um dos fundadores do projeto.

“Como todo mundo, nós precisamos adaptar nosso trabalho por causa do coronavírus e, nesse momento, mais do nunca a sociedade precisa entender que é necessário dar suporte para esses adolescentes. Nós estamos com uma campanha em andamento para arrecadar computadores e celulares para que mais alunos possam ingressar no curso. Precisamos olhar para eles e enxergar seus potenciais, mostrar que eles podem ingressar no mercado de trabalho”, afirma Diniz.

Camili Giovana Ferreira da Cruz, de 17 anos, conta que a participação no curso de empreendedorismo transformou a vida dela e da família. “Com o curso de empreendedorismo, eu fiquei mais comunicativa, consigo conversar com as pessoas. Isso me ajudou em algumas entrevistas que agora são todas virtuais. O curso fez muita diferença na minha vida. Eu já indiquei pra minha irmã, que também está fazendo. Sem isso, eu não estaria trabalhando nesse momento e a minha família precisa da minha ajuda”, afirma Camili.

Enquanto as atividades estavam sendo feitas de forma presencial no projeto "Gente de Bem", as aulas eram ministradas anualmente para 14 turmas de 40 alunos. Com a pandemia, a meta é atender 100 alunos por turma. “Com a utilização das ferramentas digitais, nós podemos atender ainda mais alunos, já que o limite de uma sala de aula virtual é maior que a sala de aula presencial”, afirma.

Em outra frente, em Curitiba, o Instituto de Educação do Paraná tem cem vagas destinadas aos alunos que vão ingressar no ensino médio e desejam ser professores da educação infantil e do ensino fundamental, nos anos iniciais.

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