Uma técnica já utilizada no Brasil e em outros países será aplicada pela primeira vez na recuperação de uma rodovia estadual do Paraná. A PRC-280, na região Sudoeste, receberá obras que utilizam a técnica de whitetopping, que consiste na aplicação de pavimento em concreto ao invés de asfalto. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), a técnica deve reduzir pela metade o tempo de execução das obras e possibilitará uma economia de aproximadamente R$ 40 milhões.
Fique informado sobre as notícias do Paraná pelo WhatsApp
O edital de licitação prevê a recuperação de um trecho de aproximadamente 60 quilômetros, entre o município de Palmas e a BR-153. A PRC-280 é utilizada para escoamento de produção agrícola, indústria madeireira e de celulose. Um estudo de tráfego indica que o trecho a ser recuperado tem um fluxo diário de 1,8 mil veículos pesados, além de carros de passeio.
Pela técnica de whitetopping, o pavimento atual receberá serviços de reparos e correção do nível, sendo aproveitado como base para o pavimento de concreto. Serão executadas placas de concreto de 22 centímetros de espessura, restaurando completamente a pista, que será alargada em 40 centímetros de cada lado. Os acostamentos também vão receber o pavimento de concreto, mas passarão por reciclagem de sub-base primeiro. A obra prevê ainda a adequação dos dispositivos de drenagem, da sinalização horizontal e vertical, e de elementos de segurança.
O diretor-geral do DER, Fernando Furiatti, explica que um dos principais fatores que pesaram na escolha do whitetopping foi a rapidez na execução da obra. “Se fôssemos fazer com asfalto, teríamos de remover o pavimento que está lá, reconstruir a base e dependeríamos de fechar o tráfego. Isso levaria pelo menos o dobro do tempo”, explica. De acordo com o edital, o prazo para execução completa dos projetos e serviços é de 450 dias (15 meses).
Outra vantagem são os custos menores. Um levantamento inicial do DER estima em R$ 120 milhões a restauração do trecho usando pavimentação em concreto, enquanto a pavimentação asfáltica demandaria um investimento de R$ 160 milhões. “Além dessa economia inicial, de mais de R$ 40 milhões, serão necessários menos serviços de conservação e manutenção ao longo dos anos, pois o pavimento de concreto tem o dobro da vida útil do pavimento asfáltico”, observa Furiatti, que indica uma vida útil de 15 anos para a rodovia após as obras.
Whitetopping surgiu no início do século 20 nos EUA
A técnica de whitetopping surgiu no início do século 20 em uma localidade de Indiana, nos Estados Unidos. Como o pavimento asfáltico não resistia às baixas temperaturas de inverno, a comunidade decidiu espalhar concreto sobre o revestimento existente. Usada como paliativo até a década de 1970, foi padronizada como técnica de pavimentação após ensaios e pesquisas. Bastante utilizado nos Estados Unidos, o whitetopping ainda não é tão difundido nas rodovias brasileiras. O exemplo mais conhecido é na BR-290, entre Osório e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em um trecho de 100 quilômetros.
Nas rodovias estaduais paranaenses, o modelo ainda é inédito. Segundo Fernando Furiatti, a restauração da PRC-280 servirá como um teste. “Vamos ver como esse modelo se comporta. Se corresponder às nossas expectativas, podemos estendê-lo para outras rodovias, onde houver essa vantagem em relação à pavimentação asfáltica.”
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião