Depois de 11 semanas de crescimento constante, o número de novos casos de Covid-19 está estável no Paraná há três semanas. Neste período, a média de novos casos diários é inferior à da semana entre 19 e 25 de julho. O boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde indica, até, queda no número de casos e óbitos na ultima semana, mas, como o boletim leva em consideração a data da ocorrência e não da notificação, estes números ainda poderão crescer com os dados registrados nos próximos dias.
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Os casos de Covid-19 cresceram no Paraná por 11 semanas consecutivas, da semana 20 (entre 10 e 16 de maio), à semana 30 (entre 19 e 25 de julho), quando o estado teve, até o momento, o seu pico de casos em uma semana, com 12.804 novos casos registrados. Houve queda na semana seguinte (26 de julho a 1º de agosto), para 11.537 ocorrências, mas o número voltou a subir na semana que terminou em 8 de agosto (12.613), ficando inferior, mesmo assim, ao registrado na semana 30. Na última semana, até agora, foram registrados 11.727 casos, número que ainda deve variar.
O reflexo da estabilidade no número de casos nos óbitos pela Covid-19 pode estar começando a ser notado. Nos 15 dias seguintes à semana com maior número de casos na pandemia, o Paraná registrou o recorde de mortes com, respectivamente, 345 e 347 nas duas semanas (entre 26/7 e 1º/8 e entre 2/8 e 8/8). Na última semana, encerrada em 14/8, foram registradas, até agora, 282 mortes. O número também deve crescer nos próximos dias, com o registro de óbitos ocorridos ainda na última semana, mas é improvável que se registrem tardiamente mais de 60 óbitos, para que se alcance os óbitos das semanas anteriores.
Média móvel da Covid-19 em viés de queda
Outro indicador importante sobre o momento da pandemia no Paraná é a média móvel de casos e óbitos (a soma dos registros de sete dias, dividido por sete, para se ter uma média a cada dia, diminuindo a imprecisão do cálculo por conta da influência de dias com mais ou menos registros, como finais de semana). No dia 5 de agosto, o estado registrou seu recorde na média móvel de casos, com 2.032 casos por dia. Desde então, o número vem em constante redução e, de acordo com o boletim da última segunda-feira, a média era de 1.742 casos por dia.
Nos óbitos, a maior média foi a do dia 4 de agosto (54,7), no mesmo dia que o Paraná registrou seu recorde de mortes, 78. Já são 13 dias de redução desta média móvel que, na segunda-feira, atingiu 47,9 óbitos.
Reforçando a ressalva de que os dados das duas últimas semanas ainda não estão fechados e que casos atrasados podem entrar no boletim, o infectologista Montesanti Machado de Almeida, do serviço de epidemiologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná afirma que, provavelmente, o estado chegou ao platô, mas alerta que a reabertura das atividades pode gerar uma nova onda. “O que preocupa é que estamos relaxando, seja por orientações governamentais, seja por cansaço da população, no momento do pico, ou platô. O ideal era tomar essas medidas após ficar clara a tendência de queda, como fez a Europa. Há chance de termos novo ciclo após esse platô ou de termos um período curto de queda seguido de nova onda”, avalia.
Ele reforça que mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento social, é preciso manter a população em estado de alerta máximo. “O pior já passou? Não necessariamente. Depende de nós. O fato de o shopping estar aberto não quer dizer que eu deva ir ao shopping. Idosos e pessoas com comorbidades devem redobrar os cuidados, já que a tendência é que os jovens voltem a circular mais. A chance de um idoso contrair, internar e morrer é diretamente proporcional à intensidade de circulação do vírus entre os jovens”, conclui.
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