• Carregando...
Paraná conta com alguns fatores para manter bom desempenho do emprego de 2020.
Paraná conta com alguns fatores para manter bom desempenho do emprego de 2020.| Foto: Pixabay

O mercado de trabalho do Paraná surpreendeu no ano passado. Mesmo com a pandemia, foram abertas 52,7 mil oportunidades de trabalho com carteira assinada, o melhor desempenho desde 2013, segundo o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Indústria e construção civil puxaram o resultado positivo.

As principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

A expectativa é de que esses setores continuem tendo um bom desempenho em 2021, avalia o coordenador do curso de economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Jackson Bittencourt. “O agronegócio paranaense deve ter outro bom ano, por causa do aumento da demanda, tanto nacional quanto internacional, e mais gente está adequando suas residências por causa do home office.”

Mas essas expectativas podem ganhar um empurrão com uma série de fatores, dizem especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo. Entre eles estão uma maior agilidade no andamento da campanha da vacinação contra a Covid-19, a definição da continuidade dos programas de auxílio para as empresas e para as famílias e o encaminhamento das reformas tributária e administrativa.

Campanha de vacinação

Maior agilidade na campanha de vacinação é um fator importante para o emprego seguir tendo um bom desempenho, explica o economista Evânio Felippe, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). "Quanto mais rápida for a imunização em massa da população, mais acelerada tende a ser a retomada da atividade econômica, com a manutenção e criação de empregos, aumento do consumo e da produção nas indústrias.”

Outro setor que também pode ser beneficiado com a maior agilidade nos programas de imunização é o de serviços, que é mais suscetível ao abre e fecha gerado pelas medidas restritivas. “Isto beneficia cidades que dependem muito dos serviços, como Curitiba. Pode viabilizar a volta às aulas e as atividades ligadas ao turismo e à gastronomia”, explica o professor da PUC-PR.

Auxílio às empresas e às famílias

Outro fator que contribuiria para que o bom momento no mercado de trabalho paranaense se mantenha é uma eventual continuidade nos programas de auxílio às empresas e as famílias. Ainda não há expectativas para isto.

Um possível fim desses programas, de acordo com Felippe, da Fiep, pode ter um impacto na economia como um todo, com queda no consumo, na produção e aumento nas demissões. “A continuidade auxílio emergencial pode funcionar como um estímulo, mexendo com o comércio e fazendo com que as pessoas se alimentem melhor”, diz Bittencourt.

Dados do Ministério da Economia mostram que foram quase 10 milhões de pessoas receberam o auxílio emergencial do governo federal, num total de R$ 33,4 bilhões distribuídos. Foram mais de 20 milhões de acordos firmados pelas empresas, sendo 4,147 milhões na indústria. Do total de acordos no país, 1,4 milhão adotaram as medidas de redução de jornada ou suspensão de contrato em 2020. No Paraná, cerca de um milhão de acordos foram feitos pelas empresas.

Andamento das reformas

Outro empurrão para o emprego pode vir do andamento das reformas administrativa e tributária. Felippe afirma que elas podem impactar nas expectativas dos mercados e dar mais segurança na retomada dos investimentos e contribuir para o aumento na produção, o que pode resultar em maior número de contratações.

A primeira pode garantir maior competitividade às empresas, com a racionalização e simplificação de processos, assegurando maior competitividade e segurança fiscal. A segunda pode assegurar uma contenção nos gastos públicos.

“Particularmente, a reforma tributária poderia dar mais dinamismo aos negócios, mas é algo que está tramitando muito lentamente. Há 30 anos se fala nisso”, ressalta Bittencourt.

Agronegócio e exportação

A expectativa é de que o agronegócio, principalmente o ligado ao exterior, continue tendo bons números no mercado de trabalho. A demanda internacional por soja, responsável por aproximadamente 37% das exportações paranaenses, deve continuar em alta.

“Os players do setor, mesmo os de pequeno porte, estão procurando trazer profissionais de mercado, para agregar expertise aos negócios e assegurar novas competências”, diz Humberto Wahraftig, diretor regional da PageGroup.

Bittencourt lembra que os exportadores também devem ser beneficiados pelo reaquecimento da economia mundial. Projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) indica para uma expansão do PIB global de 5,5% neste ano e 4,2% no próximo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]