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Se leitos de Covid-19 acabarem em Curitiba e RMC, pacientes terão de ser transferidos para hospitais do interior.
Se leitos de Covid-19 acabarem em Curitiba e RMC, pacientes terão de ser transferidos para hospitais do interior.| Foto: Lineu Filho /Tribuna do Paraná

Com leitos de Covid-19 praticamente lotados, Curitiba e os municípios da região metropolitana podem ter pacientes transferidos para hospitais do interior se não houver mais vagas, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Pela proximidade, os pacientes da capital e região iriam neste caso para hospitais de Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Guarapuava, nos Campos Gerais.

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O diretor de Gestão em Saúde da Sesa, o médico Vinícius Filipak, explica que transferir pacientes de um município para outro é relativamente normal, já que muitas cidades nem hospital têm. Entretanto, aponta o diretor, o que não é comum é transferir pacientes de uma cidade grande para outra menor, ainda mais se tratando da capital. “Apesar de estar em cidades diferentes, o SUS é um sistema universal, que permite essa transferência”, aponta.

Mesmo com a reabertura de leitos exclusivos para Covid-19, os hospitais de Curitiba seguem lotados. Nesta terça-feira (1.°), a capital bateu 91% de ocupação de UTIs, com apenas 32 leitos disponíveis. Em 11 dias, desde 20 de novembro, a Sesa reativou o total de 167 leitos SUS só na capital, sendo 61 de UTI e 106 de enfermaria.

Já na região metropolitana, os leitos reativados no mesmo período somam 144, sendo 32 de UTI e 122 de enfermaria, todos em Campo Largo.

O caso de São José dos Pinhais é um exemplo da dificuldade de se abrir leitos de coronavírus neste novo avanço da pandemia. Para desafogar o sistema de Curitiba, a secretária municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, chegou a pedir semana passada para que o município vizinho reabrisse os dez leitos de UTI de Covid-19 que manteve no pico da pandemia no meio do ano. Entretanto, Filipak explica que neste momento São José dos Pinhais não consegue reabrir os leitos para pacientes de coronavírus porque todas as dez vagas estão ocupadas com vítimas de acidentes de trânsito, brigas e outros tipos de traumas, atendimento que havia despencado enquanto a população cumpriu o isolamento social em casa, mas que agora voltou ao normal.

“São José dos Pinhais está tendo muitos atendimentos de emergências por traumas gerais. À medida que esses leitos forem liberados, poderemos avaliar a utilização deles para Covid-19”, explica o diretor de Gestão em Saúde da Sesa. “Não dá para ter um leito com duas ocupações, botar um beliche no hospital”, lamenta o médico.

Equipes qualificadas

Outra dificuldade encontrada nos hospitais para reativar mais leitos de Covid-19 é a contratação de equipes qualificadas, em especial profissionais intensivistas. “Quem dera o problema fosse só equipamentos, que é mais fácil de resolver. O profissional de saúde qualificado é a ponta mais importante e mais difícil de preencher na cadeia do atendimento”, ressalta do diretor de Gestão em Saúde da Sesa.

Filipak afirma que assim como em todo o Brasil, o Paraná teve dificuldade ao longo de toda a pandemia de contratar equipes para atuar no tratamento da Covid-19. “Praticamente todas as pessoas do mercado foram contratadas. O problema é que alguns desses profissionais morreram ou tiveram que se afastar. Isso sem contar os que se afastaram por conta própria por estarem no limite de tanto trabalho”, reforça o médico.

Leito não é garantia de vida

O representante da Sesa ainda faz um alerta para a população: a abertura de mais leitos não é garantia de que quem for internado vá sobreviver. “O leito, infelizmente, não é sinônimo de que todos vão sobreviver. Em média, de 20% a 25% dos pacientes que são internados morrem”, aponta.

Ou seja, ser atendido com a estrutura e equipe mais adequada possível aumenta a chance de sobreviência, mas não garante a vida de ninguém.  “A Covid-19 é uma doença que evolui muito rapidamente. Por isso cada um tem que fazer sua parte, já que há formas de evitar a contaminação, mantendo distanciamento social, usando máscara e higienizando as mãos”, cobra o médico.

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