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Preocupação financeira reduz projeção de consumo dos paranaenses em meio à pandemia.
Preocupação financeira reduz projeção de consumo dos paranaenses em meio à pandemia.| Foto: Pixabay

Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio) apontou uma redução de 6,1% na intenção de consumo das famílias (ICF), por causa do coronavírus. A pesquisa foi feita nos últimos dez dias de março em 500 lares do estado e revela, também, uma queda brusca de 9,1% em pontos específicos nas compras da população. Além disso, mostra grande preocupação dos paranaenses com a manutenção do emprego diante da pandemia.

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O ICF é um indicador nacional para avaliar o comportamento dos consumidores. Para se extrair os números finais, são levados em consideração sete indicadores da condição de vida das famílias, como a capacidade de consumo - atual e de curto prazo -, nível de renda, segurança no emprego atual e qualidade de consumo, presente e futuro. Além disso, o índice traz números referentes a consumidores de duas faixas econômicas - os que recebem até 10 salários mínimos (s. m) e os que têm renda de mais de 10 salários mínimos. O estudo questiona ainda se é o momento - devido a crédito, desconto e juros, por exemplo - de adquirir bens duráveis.

Desde o início das medidas de segurança no Brasil por causa da Covid-19, os números vêm despencando se comparados a meses anteriores. Os dados levantados entram como índices de abril de 2020.

Nos lares paranaenses, conforme a pesquisa aponta, o subindicador perspectiva de consumo – no qual as pessoas projetam se vão comprar - teve redução mensal de 19,9% e queda anual de 22,7%, quando comparado aos índices de abril de 2019. O nível de consumo atual dos paranaenses já reduziu 9,1% de março para abril. No apanhado geral, o ICF ficou em -6,1% no Paraná.

Confira os números de Intenção de Consumo das Famílias no Paraná

O diretor do Sistema Fecomércio, Rodrigo Rosalem, explica que os dados comprovam uma tendência imediata a reduzir o consumo de itens considerados supérfluos diante de um momento de instabilidade. Isso acontece, pois os consumidores estão receosos em relação à manutenção de sua renda. “Sem projeção de como será o futuro, diante de um cenário incerto, o consumidor vai passar a consumir menos do que os padrões que costumava manter”, detalhou.

Confirmando a tendência da falta de certeza em relação à fonte de renda, uma das grandes preocupações apontadas no ICF é com o emprego. Este foi o terceiro índice com maior queda no último mês entre os paranaenses. O quesito perspectiva profissional retraiu 12,3%, enquanto o nível de segurança no emprego atual baixou em 6,8%. A preocupação com o emprego e com a perspectiva profissional é bem acentuada entre aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos, como mostra a tabela acima.

Único índice que não apresentou retração, a questão da compra de bens duráveis é explicada por Rosalem. "O aumento no índice 'momento para duráveis' se deve a fatores fundamentais: a atual tendência para a facilidade do crédito e a redução taxa de juros e, além disso, os descontos que as lojas estão oferecendo, uma vez que querem vender os produtos que poderiam ficar parados", afirmou.

Momento para se reinventar

Rosalem explica que a saída para o setor de comércio, neste momento, é procurar redirecionar as energias para onde os consumidores estão. “É uma situação especial, diferente de outros tipos de crise como politica ou econômica que têm uma perspectiva com prazo definido. O que recomendamos é que as empresas se reinventem, pois os níveis consumo das famílias diminuíram, mas continuam existindo. As pessoas ainda precisam de diferentes produtos. O desafio é encontrar esse cliente e fazer o produto chegar até ele”, finalizou o diretor.

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