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Representantes dos policiais criticaram o 1º Encontro de Enfrentamento à Violência Policial do Paraná
Representantes dos policiais criticaram o 1º Encontro de Enfrentamento à Violência Policial do Paraná| Foto: Divulgação/Jeffrey Chiquini

"A polícia tem que acabar", "ninguém tem que ser preso" e "a polícia trabalha para matar" foram algumas das frases ditas, segundo fontes ouvidas pela reportagem da Gazeta do Povo, no 1º Encontro de Enfrentamento à Violência Policial do Paraná. Com o tema “Quem nos cuida da polícia?”, o evento foi promovido pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no último sábado (26). A discussão foi marcada por debates críticos às forças de segurança, com presença do deputado estadual Renato Freitas (PT-PR). Órgãos representativos da classe policial repudiaram o encontro e afirmaram que o evento “fomentou o ódio contra os policiais brasileiros”.

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O advogado criminalista Jeffrey Chiquini esteve presente no evento. Ele contou que tentou apresentar argumentos diferentes aos que estavam sendo destacados pelos estudantes, no momento aberto para discussões. Por conta disso, foi expulso do encontro. Vídeos nas redes sociais mostram o tumulto com os alunos.

“Já que é um evento que prega direitos humanos, falei que os policiais precisam de apoio, policial também tem família e eles têm sofrido muita injustiça no país. Não fui questionar o que estava sendo dito, mas falei que os direitos humanos devem ser aplicados e reconhecidos a todos. E me coloquei à disposição para somar forças. Mas começaram as vaias e me expulsaram do evento”, relatou o advogado.

De acordo com ele, no encontro que teve como palestrante o deputado Renato Freitas, os estudantes criticaram autoridades policiais e não havia representantes da área presentes.

Em protesto, a presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), Valquíria Tisque, destacou que as autoridades de segurança atuam, diariamente, para servir e contribuir com a população. “Nós ficamos espantados com um evento promovido pela UFPR, uma entidade de renome, com uma ideologia contra as polícias. Foram debatidos temas como ‘a polícia tem que acabar’, ‘ninguém tem que ser preso’ e ‘a polícia trabalha para matar’. Essas são afirmações ameaçadoras, como ‘policial bom é policial morto’”, disse.

“São [afirmações] assustadoras, não somente como policial, mas como cidadã. Eu me deparo com afirmações agressivas em uma entidade que deveria estar promovendo um ensino e desenvolvendo políticas públicas para melhorar o atendimento das polícias e as tecnologias”, complementou a policial.

Na opinião do Sinclapol, como o evento debatia sobre as instituições de segurança, precisava ter a participação de profissionais que atuam na área para expor a rotina policial na discussão. "Foi debatido e definido que a polícia tem que acabar, mas sem a presença da polícia. Isso é um verdadeiro absurdo. Nós acreditamos que quem defende o crime é o criminoso", destacou a presidente do Sinclapol.

Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol-PR) também manifestou repúdio ao evento. A organização afirmou que o encontro “fomentou o ódio contra os policiais brasileiros”, sem embasamento. “Jogar a sociedade contra os trabalhadores da segurança pública só favorece à criminalidade. O diálogo construtivo e a cooperação para enfrentar os desafios do sistema de segurança pública são bem-vindos, mas jamais poderemos permitir que sejam feitas campanhas de ódio contra os nossos policiais, que são verdadeiros heróis”.

A UFPR, também em nota, disse que o encontro não foi um evento institucional organizado pela universidade, mas uma “iniciativa que fez parte da imensa pluralidade de ideias que envolve um ambiente acadêmico. Acreditamos na liberdade de expressão e no direito à divergência de opiniões, desde que respeitados os princípios éticos e o ambiente de diálogo respeitoso”.

O Centro Acadêmico da Faculdade de Direito, que organizou o evento não retornou à reportagem da Gazeta do Povo, até a publicação deste texto.

Renato Freitas defende a desmilitarização da polícia

Nas redes sociais, o deputado estadual Renato Freitas (PT), que estava presente no 1º Encontro de Enfrentamento à Violência Policial do Paraná, vem defendendo a desmilitarização da polícia.

“Equivocadamente se fala em fim da polícia, não há que se ter e não é possível o fim das polícias, nenhuma delas. O que nós queremos é a desmilitarização da polícia”, disse o deputado, em vídeo publicado. Para o parlamentar, a organização da Polícia Militar é mais “perniciosa” e “destrutiva” ao agente da polícia do que os bandidos. Sobre a participação no evento da UFPR, o deputado não retornou à reportagem da Gazeta do Povo.

Após críticas a Freitas, deputados apresentam denúncia contra Soldado Adriano José  

No último dia 21, na sessão da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o deputado Renato Freitas fez críticas à Polícia Militar, que teria agredido um morador de rua em Pitanga (PR). O deputado Soldado Adriano José (PP) reagiu às críticas feitas por Freitas e disse que o petista não propôs nenhum projeto de lei em busca da melhoria da segurança pública.

“Toma vergonha nesta tua cara. Lava a boca para falar da Polícia Militar do Paraná ou de qualquer força da segurança do Estado do Paraná. Você não tem moral para falar de qualquer uma das forças de segurança aqui no Estado do Paraná”, falou o parlamentar.

Por conta da fala do deputado do Partido Progressista, que continuou com acusações contra Freitas, parlamentares do PT e do PDT ingressaram com uma representação no Conselho de Ética da Alep contra o Soldado Adriano José.

Segundo o PT, além de Renato Freitas (PT), o Professor Lemos, líder do Bloco PT/PDT; Requião Filho (PT); Arilson Chiorato (PT); Ana Júlia (PT); Dr. Antenor (PT); Goura (PDT) e Luciana Rafagnin (PT) assinaram a representação.

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