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Agiota foi vítima do grupo criminoso, mas parte do dinheiro não foi encontrado nas roupas do morto.
Agiota foi vítima do grupo criminoso, mas parte do dinheiro não foi encontrado nas roupas do morto.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo / Arquivo

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizou na manhã desta quarta-feira (26), no Paraná, uma operação conjunta com a Corregedoria-Geral da Polícia Militara que investiga a suspeita de envolvimento de policiais militares em crimes de latrocínio (roubo seguido de morte). Dois PMs foram presos.

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A Operação Mar Vermelho investiga uma organização criminosa com possível atuação nos municípios de Londrina, Ibiporã e Bela Vista do Paraíso, no norte do Estado. A suspeita é de envolvimento de sete policiais militares, entre eles um oficial, um cadete e cinco praças, além de civis, no cometimento de crimes, incluindo dois latrocínios.

Alvos da operação, os policiais militares estão lotados, atualmente, no 30º BPM de Londrina e atuavam em Ibiporã no período investigado. Um deles frequenta o curso de formação de oficiais na Academia Policial Militar do Guatupê, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Segundo o Ministério Público, foram cumpridos cinco mandados de prisão, dois deles contra PMs, 28 mandados de busca e apreensão, sete medidas de afastamento da função pública e 11 medidas de monitoração eletrônica.

Os mandados foram cumpridos nas cidades de Londrina (cinco), Ibiporã (doze), Jataizinho (um), Curitiba (um), Colombo (três), São José dos Pinhais (um), Jandaia do Sul (um) e Alvorada do Sul (dois), e nos municípios catarinenses de Joinville (um) e de Balneário Barra do Sul (um).

Segundo o Gaeco, as investigações tiveram início a partir de informações sobre a participação de dois policiais militares na morte de um homem que teria sido executado e o corpo queimado na zona rural de Jataizinho no dia 23 de agosto de 2021.

“Após diversas diligências, ficou confirmado que essa vítima integrava a mesma organização criminosa investigada e que o crime teria sido motivado por desentendimentos financeiros entre os criminosos”, informou o coordenador do Núcleo do Gaeco em Londrina, promotor Jorge Barreto.

Integrantes do grupo se apropriaram, ainda segundo o Ministério Público, de dinheiro, a partir de movimentações bancárias e de bens da vítima durante a execução do crime. As apurações revelaram ainda um outro crime de latrocínio, em que a vítima – um homem que atuava como agiota – teria sido morto em um confronto forjado por uma equipe das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam) de Ibiporã.

Nesse caso, o objetivo era a apropriação do valor de R$ 30 mil que estava com a vítima, conforme a investigação, que não foi integralmente encontrada, pois parte estava nas roupas íntimas do homem morto.

Além disso, o Gaeco e a Corregedoria apontam que a organização criminosa ainda praticava outros crimes, como falsidade ideológica com inserção de dados falsos em boletins de ocorrência, apropriação de cargas de aço, ferro, cobre, etanol e soja, além de furto qualificado e extorsão agravada.

Batalhão é reincide em investigações da Corregedoria

Segundo o comandante do 30º Batalhão da PM de Londrina, coronel Jeferson Luís de Souza, além do processo criminal, será aberto um um processo administrativo para apurar as supostas ações e envolvimentos dos suspeitos. “Após o término deste processo, será decidido a conduta a ser adotada (contra os envolvidos)”, resumiu.

O comandante também comentou o fato desta não ter sido a primeira operação contra PMs lotados neste batalhão e destacou o trabalho da Corregedoria na investigação de possíveis ações irregulares. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

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