Com o fim das restrições preventivas da Covid-19, o setor de eventos vai se replanejando. No Paraná, as cidades começam a reorganizar seus calendários para voltarem as festas tradicionais que movimentam a economia local. Algumas delas, porém, podem adiar o retorno só para 2023 por questões logísticas e burocráticas.
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Veja qual é o planejamento para as três principais: a festa do Porco no Rolete em Toledo, do Carneiro no Buraco em Campo Mourão e a München Fest em Ponta Grossa.
Porco no Rolete de Toledo
Os porcos vão rolar na brasa novamente em Toledo no dia 11 de setembro. A Festa Nacional do Porco no Rolete no município do Oeste do estado volta esse ano, o que não ocorria desde 2019 por causa da pandemia. Serão 300 porcos assados e a expectativa é de que atraiam pelo menos 25 mil pessoas ao município, entre moradores e turistas, podendo injetar na cidade cerca de R$ 2,5 milhões.
A festa acontece em Toledo há 49 anos, desde 1974, quando os primeiros suínos inteiros foram recheados com ervas para serem assados em um espeto de madeira com uma manivela. A organização é do Clube de Caça e Pesca da cidade, com apoio da prefeitura, que faz a divulgação da festa.
A previsão da prefeitura de Toledo é de que a festa volte a movimentar a cidade no fim de semana em que for realizada. O secretário municipal do Agronegócio, Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Toledo, Diego Bonaldo, calcula que cada turista possa injetar entre R$ 100 e R$ 150 na economia local.
"Nossa expectativa é de que pelo fato de não ter tido a festa nos dois últimos anos o público seja bom nesse retorno. A única questão que pode pegar é a própria situação econômica do país", avalia o secretário municipal do Agronegócio, Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Toledo, Diego Bonaldo.
Carneiro no Buraco de Campo Mourão
Os fãs do prato típico de Campo Mourão, no Noroeste do estado, terão que esperar mais um ano. A Festa Nacional do Carneiro do Buraco, em que a carne é cozinhada com condimentos por 12 horas enfiada em um buraco com brasa, foi criada em 1991, mas não será realizada em 2022 pelo quarto ano seguido.
Em 2019, o evento foi cancelado por questões financeiras. Já em 2020 e 2021 o risco de contaminação da Covid-19 impediu a festa. Nesse ano, o impeditivo será logístico.
O coordenador de governo da prefeitura de Campo Mourão, Carlos Facco, explica que a organização do Carneiro no Buraco exige no mínimo seis meses para que o município possa licitar todos os serviços e estrutura do evento. "Como a festa é em julho, tínhamos que ter feito todo esse planejamento no começo do ano. Só que naquele momento o cenário da pandemia estava muito indefinido, com os casos voltando a subir muito rapidamente após queda no fim de 2021", aponta Falco. "Como o cenário epidemiológico estava indefinido, não tivemos tempo de fazer a licitação da festa", conclui o coordenador de governo.
Se em 2022 o carneiro não vai para o buraco, ano que vem a prefeitura quer expandir não só a festa, mas o próprio prato típico como atrativo turístico. A prefeitura estuda um novo modelo do evento, com o prato não sendo feito apenas no local da festa, mas também nos restaurantes de Campo Mourão. "Estamos estudando esse novo modelo para que o prato não seja servido por uma única empresa, em um único local", afirma Facco.
Outra ideia é de que o carneiro no buraco seja servido o ano todo nos restaurantes, como um prato que atraia turistas à cidade. "Quem vai para Morretes pode comer barreado o ano todo. Por que em Campo Mourão o turista só pode comer o carneiro no buraco na festa? Queremos que o prato atraia gente para cá. Muita gente reclama que vem para Campo Mourão e não consegue comer o carneiro", conclui Falcco.
München Fest de Ponta Grossa
Ponta Grossa ainda não sabe se a München Fest, ou a Festa Nacional do Chope Escura, volta no próximo mês de novembro, após dois anos sem realização por causa da pandemia. Segundo a prefeitura, "a realização da München Fest para o ano de 2022 está em estudo pela administração".
A Gazeta do Povo solicitou entrevista e enviou perguntas à prefeitura para saber o que o município está levando em conta para decidir se a München retorna ou não nesse ano. Porém, a Secretaria Municipal de Turismo preferiu não se pronunciar.
A dúvida é não só se a festa vai voltar, mas também em que formato. Nas duas últimas edições, em 2018 e 2019, a München Fest deixou de trazer shows de cantores, mudou de local e ganhou abrangência mais local. Das grandes apresentações musicais no Centro de Exposições, a festa do chope voltou a ser feita no centro de Ponta Grossa, no Parque Ambiental, sem cobrança de ingresso.
De acordo com o setor de turismo da cidade, se voltar a ter apresentações de cantores nacionais a festa pode movimentar um pouco mais de dinheiro com a hospedagem desses artistas e de seus estafes na rede hoteleira da cidade. O formato também atrai mais turistas, mas que preferem fazer bate-volta, retornando para suas cidades após os shows. Porém, as agendas lotadas dos artistas que ganharam muita demanda com o fim das restrições e o prazo curto para organizar as apresentações podem impedir a festa nesse formato.
Já se a opção for pela manutenção do formato das duas últimas edições, a München deve atrair menos turistas de fora, mas com perspectiva positiva de que os moradores locais e das cidades vizinhas movimentem a festa criada em 1990.
A München já chegou a vender 100 mil litros de chope em uma única edição. Lembrando que Ponta Grossa é um polo cervejeiro do Paraná. Inclusive com atrações e roteiros turísticos pelas cervejarias artesanais da cidade.
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