O Paraná é o estado brasileiro que mais oferece cursos de formação e qualificação na área automotiva voltados ao segmento de veículos elétricos. Os cursos são variados e atendem diversos perfis de público: estudantes de ensino médio, mecânicos, tecnólogos e engenheiros, profissionais das indústrias automotivas e de revendas, além de gestores e empreendedores do setor.
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São oito programas rápidos de aperfeiçoamento profissional, duas graduações em engenharia de energia e engenharia automotiva, uma pós-graduação em engenharia de veículos híbridos e elétricos e o recém-lançado MBI (Master Business Innovation) em mobilidade sustentável. Os alunos podem optar pelos modelos presencial ou online síncrono.
Os cursos são ofertados pelo Senai Paraná (do Sistema Fiep) em parceria com algumas empresas. A primeira iniciativa foi a pós-graduação, lançada em 2018, em conjunto com a Bosch, que demandava uma atualização de seus engenheiros. Multinacional de origem alemã, a Bosch tem fábrica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) e um dos setores em que atua é o de soluções para mobilidade.
“A iniciativa faz parte da estratégia de expansão dos negócios em eletromobilidade que a Bosch vem pautando nos últimos anos”, conta Alexandre Uschimura, gerente de novos negócios de eletrificação da divisão Powertrain Solutions da Bosch. “Auxiliar na formação dos futuros profissionais que visam atuar com esta tecnologia está diretamente ligado aos nossos objetivos estratégicos”, acrescenta. Segundo ele, 20 engenheiros já realizaram voluntariamente o curso.
A grande concentração de cursos na área no Paraná, especificamente em Curitiba, se deve ao fato de a região abrigar um importante polo automotivo, onde além de grandes montadoras como Renault, Volvo e Volkswagen, há uma cadeia de suprimentos e muitas empresas que atuam na manutenção e reparação de veículos.
“Todo esse setor tem que se preparar para atender o segmento de elétricos”, observa Valério Marochi, coordenador técnico do Centro de Mobilidade Sustentável e Inteligente, do Senai. Ele conta que os primeiros estudos na instituição começaram em 2015. Em 2018 foi inaugurado o Centro de Formação Profissional focado em veículos híbridos e elétricos, com investimentos aproximados de R$ 4 milhões, a partir de recursos próprios e financiamento do BNDES. O centro de formação evoluiu para o Centro de Mobilidade Sustentável e Inteligente (CMSI), com seu escopo ampliado, abrangendo além das tecnologias intraveiculares, todo o contexto da mobilidade sustentável: energias renováveis, infraestrutura de recarga, tecnologias de conectividade e automação e afins.
Alunos atentos a mercado que cresce rapidamente
Daniel Schiochet tem uma oficina mecânica em Curitiba e fez o curso de aprendizagem ‘Introdução à eletromobilidade’, com carga horária de 20 horas. “Estou me aprofundando na área. Preciso me atualizar”, destaca. O mecânico conta que já dispensou serviço de manutenção em veículo elétrico em sua oficina por desconhecer o tema.
Mattheus Porto, engenheiro civil do Rio Grande do Sul, fez o mesmo curso, na versão online. Ele conta que foi um complemento ao mestrado em infraestrutura, com ênfase em mobilidade urbana e cidades sustentáveis, que está cursando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Para ele, o diferencial do curso e o mais proveitoso, além da parte técnica, foi entender a tendência de mercado em relação à eletromobilidade, que vai ganhar força no mundo e no Brasil nos próximos anos. “Estamos numa fase de transição. O Brasil tem que aproveitar os próximos anos para se preparar e entrar nesse mercado de forma competitiva”, opina.
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