O prédio locado pelo governo paranaense na Rua Marechal Deodoro, no Centro de Curitiba, recebeu as placas oficiais da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e Controladoria Geral do Estado, na última sexta-feira (27), após ser envolvido nas suspeitas de espionagem por meio softwares adquiridos pelo Governo do Paraná.
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O estado contratou, no final de 2019, a ferramente israelense FirstMile, que se tornou alvo da Polícia Federal na operação que prendeu servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) neste mês, suspeitos de usar softwares para monitoramento e vigilância de políticos, integrantes do Judiciário e jornalistas.
O prédio no centro de Curitiba é o mesmo onde estaria, segundo a bancada de oposição na Assembleia Legislativa, uma estrutura de inteligência comandada por um diretor marroquino da Controladoria Geral do Estado (CGE). Procurado pela Gazeta do Povo, o Governo do Paraná respondeu que a colocação da placa “já estava previsto” e que o layout e confecção foram solicitados, há cerca de três semanas, ao setor de comunicação.
Na semana passada, o deputado estadual Requião Filho (PT) encaminhou pedidos de informações ao governo estadual e solicitou investigações e esclarecimentos dos Ministérios Públicos Federal e do Estado e também do Ministério da Justiça sobre o uso da ferramenta no Paraná e atuação do diretor Mehdi Mouasen.
O governo estadual nega que a função da Diretoria de Inteligência da CGE seja para espionar e justifica que a pasta trabalha no acompanhamento e vistorias com objetivo de evitar fraudes em processos licitatórios, nepotismo e outros irregularidades na máquina pública.
Ratinho afirmou, durante entrevista na segunda-feira, que o prédio foi locado para acomodar a estrutura e os profissionais da Secretaria de Justiça, diante da reforma que o Palácio das Araucárias passa no momento.
O governador também garantiu que os programas contratados que rastreiam, monitoram e capturam informações de celulares são usados, exclusivamente, pelas forças policiais no estado com autorizações judiciais e que nunca foram utilizadas pela CGE para espionagem ou outras atividades.
A oposição também questiona o cargo de assessor na mesma diretoria, ocupado por um policial militar que é investigado por supostos acessos indevidos a dados particulares sem comprovação de interesse público.
O governo estadual ainda não esclareceu quem indicou ou é responsável pela contratação de Mehdi Mouazen, que não é investigado formalmente sobre o caso. Ele também não foi localizado para se manifestar.
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