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Curitiba
Curitiba| Foto: Gabriel Rosa/Foto Digital/Gazeta do Povo

O imobiliarista curitibano Ricardo Hirodi Toyofuku foi eleito para ocupar a presidência do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR). Com mandato até o ano de 2025, ele vai compor a diretoria da entidade ao lado do vice-presidente Carlos Ribas Tavarnaro. Em entrevista à Gazeta do Povo, o novo presidente avaliou o momento do mercado imobiliário e apontou os desafios da futura gestão.

Locação de apartamentos para estudantes sofreu forte impacto

De acordo com Toyofuku, alguns setores específicos do mercado imobiliário sofreram um impacto considerável durante a pandemia. Os imóveis com perfil voltado aos estudantes, como os estúdios, apartamentos de um quarto ou aqueles próximos às universidades e faculdades, foram alguns dos mais atingidos. “Os investidores que tinham alocado recursos em imóveis específicos para esse público viram a taxa de ocupação despencar a partir do momento em que ficou claro que o novo padrão seria de aulas remotas, fora das instituições”, avaliou o presidente.

Com o arrefecimento da transmissão do coronavírus e com a volta dos estudantes às universidades e faculdades, o cenário é completamente diferente. “Agora que as aulas presenciais voltaram, todos esses imóveis já foram alugados novamente. E posso te dizer que se a oferta desse tipo de apartamento fosse maior, mesmo assim não teriam muitos vagos”, comentou.

Pandemia acelerou procura por imóveis maiores

Outra movimentação observada por Toyofuku durante a pandemia, esta positiva para o mercado, foi o aumento na procura por casas e apartamentos maiores. Com a massificação do trabalho remoto, foi cada vez maior o número de pessoas que, obrigadas a trabalhar em casa, buscaram por residências com mais estrutura e opções de lazer. E essa busca por mais qualidade de vida para as famílias catapultou os preços de casas em condomínios e chácaras.

“Imagine uma situação em que o casal precisou ter, cada um, um espaço próprio para trabalhar. Quem morava em um apartamento pequeno acabou se mudando para um maior ou até mesmo uma casa durante a pandemia. Isso fez com que o mercado imobiliário se mantivesse movimentado”, avaliou o presidente. “De modo geral, podemos afirmar que, mesmo durante a pandemia, o mercado imobiliário se manteve em alta. A pandemia não nos afetou tanto, mas mesmo assim o nosso futuro é desafiador”, observou.

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Entre os desafios elencados por Toyofuku para os próximos anos estão a instabilidade trazida pela guerra na Ucrânia – e seus efeitos diretos e indiretos na economia brasileira – e o cenário de indefinição das eleições de 2022. “A expectativa é que haja uma disputa acirrada pela presidência, e isso é algo que pode deixar os investidores esperando por definições, por alterações na política, antes de tomarem as decisões. Isso é algo que nos preocupa”, disse. “A pandemia pode até não ter afetado tanto o mercado como um todo, mas tem esses fatores que nos trazem preocupações”, acrescentou.

 Ricardo Hirodi Toyofuku foi eleito para ocupar a presidência do Secovi-PR até o ano de 2025. Foto: Divulgação/Secovi-PR
Ricardo Hirodi Toyofuku foi eleito para ocupar a presidência do Secovi-PR até o ano de 2025. Foto: Divulgação/Secovi-PR

Aumento na Selic afeta poder de compra das famílias

Outro fator externo que preocupa o presidente do Secovi-PR é o aumento da taxa básica de juros, aplicada pelo governo federal como forma de controlar a inflação, e o impacto desta medida no orçamento das famílias. A taxa, que atingiu a mínima histórica em 2% ao ano, já está em 11,75% ao ano. Na avaliação de Toyofuku, como os ganhos das famílias nem sempre sobem na mesma proporção da taxa de juros, uma Selic mais alta pode impactar negativamente na obtenção de financiamentos imobiliários.

“Essa subida de taxa básica de juros nos preocupa porque isso também acaba fazendo com que a taxa de financiamento imobiliário acompanhe a Selic. Nós vemos isso com um pouco de preocupação, porque muitas famílias que tinham interesse ou tinham um poder econômico, podiam comprar um imóvel quando a taxa de juros de financiamento estava mais baixa, elas perderam isso. Com a taxa de juros mais alta, elas financiam menos com a mesma renda. Infelizmente a renda das famílias não acompanharam essa alta nos juros, e ocorre essa perda no poder de compra”, ponderou.

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