Primeiro estado do Brasil a regulamentar um programa de redução de pena por meio da leitura de obras literárias e produção de textos, o Paraná completa em 2022 dez anos da implementação do programa Remição pela Leitura.
Instituído em outubro de 2012 pela lei estadual nº 17.329/12, o programa oferece à população carcerária a chance de ler obras literárias em troca de menos tempo de permanência no sistema prisional. A legislação estadual obedece à lei federal nº 12.433, de 2011. Em dez anos, informa o Departamento de Polícia Penal (Depen), o programa beneficiou cerca de 35 mil presos no estado, o que corresponde a cerca de 15% da população carcerária paranaense.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
O programa é uma parceria entre as secretarias estaduais da Segurança Pública (Sesp) e da Educação (Seed), que disponibiliza professores de língua portuguesa e pedagogos responsáveis pelo acompanhamento dos interessados e avaliação das atividades desenvolvidas.
Obras podem ser literárias, científicas ou filosóficas
A cada obra lida, o preso participante elabora um relatório na presença do professor, além de participar em rodas de leitura e poder tirar dúvidas a respeito do conteúdo. Dessa forma, são feitas correções na resenha desenvolvida pelo interno e o material final é avaliado com uma nota que varia de 0 a 10, sendo obrigatório atingir a avaliação mínima 6,0. Ao todo, cada participante pode ler um livro por mês e obter o perdão de quatro dias da pena a cada leitura.
Segundo o Artigo 3º da lei estadual, as obras escolhidas podem ser literárias, científicas, filosóficas e livros didáticos selecionados pela Comissão de Remição pela Leitura.
"O programa ajuda a direcionar a volta aos estudos para que essas pessoas possam ter novas oportunidades no mercado de trabalho quando retornarem à sociedade", afirma em declaração publicada pela Agência Estadual de Notícias o diretor-geral da Polícia Penal do Paraná, Osvaldo Messias Machado. A modalidade, diz Machado, é recomendada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pelo Departamento Penitenciário Nacional.
O participante também é convidado para ações de leitura livre ou direcionada organizadas pelos nove Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJAs) que atendem o programa.
“O objetivo é oportunizar o direito ao conhecimento, educação, cultura e desenvolvimento da capacidade crítica por meio da leitura e da produção de resenhas, e, por conseguinte, possibilitar a remição pelo estudo”, diz o coordenador estadual da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Seed, professor Anderson Muniz Canizella, em declaração publicada na Agência Estadual de Notícias.
Comemoração pelos 10 anos do Programa Remição pela Leitura
Desde sua implantação, em 2012, o programa foi premiado com o Selo ODM — Movimento Nós Podemos Paraná, da Fiep, e com o Prêmio Boas Práticas do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, em Brasília. De acordo com o Depen, o Paraná recebe visitas frequentes de representantes de outros estados e países que desejam conhecer o modelo implantado.
Em celebração à primeira década do projeto, os CEEBJAs paranaenses organizaram palestras, oficinas, exposições de textos e de trabalhos dos participantes nas últimas semanas. Também foram realizados encontros com escritores, produções literárias para publicação e rodas de leitura direcionadas à população carcerária.
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião