O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi denunciado pela terceira vez no âmbito da Operação Quadro Negro. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), acusa o tucano de ter cometido os crimes de corrupção passiva e prorrogação indevida de contrato de licitação. A denúncia foi oferecida nesta quarta-feira (10) à Justiça Estadual. Saiba o que diz a defesa.
RECEBA pelo WhatsApp, duas vezes por dia, as principais notícias do Paraná
Ele já é réu em outras duas ações penais derivadas da Operação Quadro Negro, que trata de desvio de dinheiro a partir de contratos entre empresas e a Secretaria da Educação, para reformas e construções de escolas, entre 2011 e 2014, primeiro mandato da gestão Richa no governo do Paraná.
Desta vez, a denúncia mira dois contratos com a empresa M.I. Construtora de Obras, firmados no ano de 2013, para construção do Colégio Estadual Professora Leni Marlene Jacob e do Colégio Estadual Pedro Carli, na cidade de Guarapuava. Cada obra era estimada em aproximadamente R$ 4,3 milhões.
O Gaeco narra que o modus operandi era semelhante ao verificado na Valor Construtora, pivô da Operação Quadro Negro. A M.I. Construtora de Obras conseguiu receber pagamentos mesmo sem executar o que era devido. A empresa contava com a ajuda de fiscais ligados à Secretaria da Educação, que atestavam evoluções fictícias das obras para liberar o dinheiro. Parte do pagamento ilegalmente liberado à empresa virava propina - e o principal beneficiário seria Beto Richa, segundo o Gaeco.
O próprio dono da M.I. Construtora de Obras, Iolmar Ravanelli, admitiu pagamento de propina, e se tornou delator, no final de 2017.
Em julho de 2015, a Gazeta do Povo mostrou que, de acordo com um relatório do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR), os fiscais da obra do Colégio Estadual Pedro Carli, ligados à Secretaria da Educação, fizeram oito medições e apontaram que a obra estava 66,74% executada. Já os inspetores do TC encontraram apenas 21,28% da obra de fato realizada. Como os pagamentos são feitos a partir das medições, a empresa já havia recebido cerca de R$ 1,7 milhão, quando, segundo o TC, deveria ter recebido pouco mais de R$ 893 mil.
Em relação à obra do Colégio Estadual Leni Marlene Jacob, havia discrepâncias semelhantes. Os fiscais ligados à Secretaria da Educação, em sete medições, apontaram o cumprimento de 55,62% da obra, mas, em visita ao local, os inspetores do TC encontraram apenas 22,37% da obra executada. Assim, de acordo com o TC, a empresa deveria ter recebido cerca de R$ 771 mil, mas acabou ganhando mais de R$ 1,6 milhão.
Outro lado
O advogado Guilherme Brenner Lucchesi, responsável pela defesa do ex-governador do Paraná Beto Richa, encaminhou uma nota à Gazeta do Povo, na noite desta quarta-feira (10), na qual afirma que "os fatos denunciados nesta data não são novos". "Não há qualquer indício, após amplas investigações, a não ser a palavra de um colaborar amplamente premiado. Com mais esta denúncia, a terceira em menos de um mês, o Gaeco demonstra estar retalhando a acusação e retaliando a decisão da justiça que reconheceu a ilegalidade da prisão do ex-governador. Esta é uma artimanha meticulosa voltada a manter os fatos na mídia e desgastar a imagem do ex-governador, o que constitui flagrante perseguição. A defesa relembra que foi o próprio ex-governador que determinou o início das investigações que resultaram na Operação Quadro Negro. A fim de conter os abusos e ilegalidades, a defesa segue confiante nas instituições e na Justiça", escreveu ele.
-
Novela judicial da abertura de cursos de Medicina ganha capítulo final no STF
-
Israel confirma morte de brasileiro que era mantido refém por terroristas em Gaza
-
Petrobras aprova indicação de Magda Chambriard para presidência
-
Estratégias eleitorais: o que está em jogo em uma eventual filiação de Tarcísio ao PL
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Justiça nega pedido para revogar prisão preventiva de Jorge Guaranho
Pompidou de Paris escolhe Foz do Iguaçu para 1ª filial do museu de artes na América Latina
Deixe sua opinião