O pico de mortes pela Covid-19 no Paraná, que chegou a 209 em apenas um dia na semana passada, começa a cair. No boletim de 24/03 a redução da média móvel semanal foi de 20,2% em relação a 14 dias atrás, trazendo a média ponderada para 106 mortes diárias. Epidemiologistas apontam que essa variação já reflete o início dos efeitos das medidas restritivas adotadas no dia 27 de fevereiro por meio de decreto estadual. O alerta, no entanto, é de que pode demorar ainda mais uma ou duas semanas antes que apareçam os efeitos mais significativos da mudança de comportamento da população sobre o número de mortes.
Cadastre-se e receba as principais notícias do Paraná pelo celular
O médico infectologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), Bernardo Montesanti de Almeida, diz que a população e as autoridades de governo precisam ter paciência em relação aos resultados das políticas de isolamento e distanciamento social. “É importante que os gestores tenham essa percepção ao implementar uma nova política que desmotive a mobilização. O impacto só vai ocorrer depois de um mês, o que ainda não se deu. O decreto foi de 27 de fevereiro. Ainda estamos colhendo a transmissibilidade pré-decreto em relação aos óbitos. A gente tem que ter paciência”, sublinha o epidemiologista.
O compasso da pandemia em Curitiba não é o mesmo do restante do estado. Na capital, a média móvel de mortes ainda está em 40 pessoas por dia – 99% maior do que 14 dias atrás (dados de 24/03). Para o professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) José Rocha Faria, os resultados das medidas de isolamento social ainda estão a caminho. “Curitiba vive uma situação peculiar, já começa a haver redução do número de casos ativos, mas até o momento sem impacto muito significativo no número de mortes. Isso é compreensível, os hospitais e as UPAs ainda estão lotados, o sistema de saúde todo está trabalhando no limite. Acredito que vamos ter que esperar mais uma semana pelo menos para começar a ver essa mudança do número de óbitos na capital”.
Infectados com Covid têm obrigação moral de avisar outros
O médico aproveita para chamar atenção para uma falha comportamental que tem visto repetidamente no consultório. São pessoas que pegam o vírus, mas não contam para os outros e continuam a se encontrar com colegas de trabalho, amigos e parentes. “Pessoas que são diagnosticadas com Covid têm obrigação social de contatar quem teve contato próximo, principalmente nas 48 h que antecederam o início dos sintomas. Precisam comunicar para que essas pessoas entrem em isolamento, sejam testadas também. A gente vê que às vezes não acontece, as pessoas se envergonham de fazer isso. Mas é uma obrigação moral e social”, alerta.
-
Um guia sobre a censura e a perseguição contra a direita no Judiciário brasileiro
-
O “relatório da censura” e um momento crucial para a liberdade de expressão
-
Braço direito de Moraes no STF já defendeu pena de morte e é amigo de Val Marchiori
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião