O avanço desenfreado do mercado bilionário das quadrilhas voltadas aos cigarros contrabandeados no Brasil, sobretudo aqueles vindos do Paraguai, também traz reflexos às forças de segurança pública e de fiscalização na região de fronteira.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
Sozinha, a unidade de destruição de cigarros na Receita Federal (RF) em Foz do Iguaçu (PR) elimina o equivalente a R$ 2,5 milhões do produto ilegal, diariamente. Na prática, isso significa que o carregamento completo de uma carreta é aniquilado todos os dias. E as máquinas não param.
Os dados são da Alfândega da RF na cidade que faz fronteira com o Paraguai (por Cidade do Leste) e revelam que, do total do volume destruído por lá, de 50% a 60% são referentes a apreensões em outras regiões de fronteira, como as de Guaíra (PR) e Mundo Novo (MS). Essas cidades ficam muito próximas à cidade paraguaia de Salto Del Guairá, utilizada como "rota preferida" pelos grupos criminosos.
E é para a unidade de Foz do Iguaçu que são levados os carregamentos com apreensões diárias. Em muitos dias, são formadas filas de caminhões aguardando a destinação de tanto tabaco retirado de circulação. Ali existe uma estrutura destinada para a destruição do cigarro ilegal. Estima-se que 44% de todo o cigarro consumido no Brasil tenha origem duvidosa.
A máquina destinada a essa atividade em Foz do Iguaçu faz o esmagamento diário de 500 mil de cigarro que passam pela trituração, separação, destinação e, então, incineração do produto em fornalhas conveniadas ao serviço. Segundo a Receita, a estrutura é composta por uma equipe que varia de 12 a 15 profissionais, entre servidores públicos e terceirizados designados especificamente para essa destruição.
“Como a fiscalização é mais intensa na região de Foz do Iguaçu, muitas quadrilhas acabaram migrando para a região de Guaíra, Mundo Novo, por isso o volume maior das apreensões tem vindo dali”, reconhece a Receita Federal.
A atual máquina começou a ser usada há quatro anos, a partir de um termo de cooperação entre a Receita Federal e a maior produtora de cigarros no Brasil, devidamente legalizada e que paga impostos em toda a cadeia. Mas o serviço é realizado há pelo menos duas décadas.
Considerado moderno e preciso, o equipamento que destrói cigarros contrabandeados na região da fronteira faz a separação entre filtro, papel e plástico. Conta com esteira, faz a prensagem e a trituração do material. O plástico, o papel e o filtro seguem para um processo de reciclagem.
O tabaco é triturado e depois incinerado. Desde 2002, a Alfândega da Receita de Foz do Iguaçu tem uma comissão denominada de destruição designada exclusivamente para esse serviço. “Temos trabalho todos os dias, inclusive nos feriados. Como o cigarro não fica estocado, conforme chega vai para a destruição”, informou a Receita Federal.
Abaixo, a máquina que destrói o tabaco ilegal em funcionamento:
No primeiro semestre foram retirados de circulação quase 91 milhões de maços de cigarro no Brasil, com valor comercial estimado em R$ 455,4 milhões. No ano passado inteiro foram 162,4 milhões de maços, totalizando R$ 815 milhões. “O maior volume de apreensões ocorre no Paraná e no Mato Grosso do Sul, na região da fronteira por onde estas cargas entram no Brasil”, informou a Receita Federal.
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião