Indicado pelo governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), para a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços, o deputado federal Ricardo Barros (PP) apresenta extenso currículo de atuação pública. Ex-prefeito de Maringá, elegeu-se para sete mandatos junto à Câmara dos Deputados e assumiu a cadeira de ministro da Saúde no governo de Michel Temer.
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Barros volta à pasta cujo cargo já ocupou entre 2011 e 2014 no governo de Beto Richa. Ao explicar à Gazeta do Povo seu papel no governo estadual, ele detalhou os desafios da pasta. Otimista, Barros comemora que “o governo de Ratinho Junior já tem um ótimo desempenho nessa área”, pois o Paraná é a quarta economia do país, “o maior gerador de empregos do Brasil”. Confira, abaixo, a entrevista com o secretário:
Muitas atribuições das secretarias compartilham a mesma interface. De que modo as articulações ocorrem em um estado cuja demanda do agronegócio exerce poder de influência econômica, trabalhista e política, inclusive abastecendo os três setores da pasta? Nesse contexto, é possível atuar isoladamente das demais secretarias?
A Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços é de articulação. O empresário quer incentivos fiscais na Secretaria da Fazenda, acesso à Secretaria de Infraestrutura e Logística, precisa também de licença ambiental, precisa da Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda, mão de obra qualificada, da Invest Paraná e de outras estruturas de governo, eventualmente financiamento do BRDE, Fomento Paraná. A Indústria, Comércio e Serviços é um ambiente de articulação, para o qual o empresário se dirigirá, e o colocaremos em contato com as demais secretarias. Depois cuidaremos para que os seus protocolos sejam atendidos e aprovados.
Como a Secretaria da Indústria e Comércio pode colaborar a fim de que o Paraná continue entre as maiores economias do país?
O Paraná é um ambiente muito próspero para as empresas, o agronegócio muito forte. Somos livres da vacinação contra a febre aftosa. Isso é muito importante para o agronegócio. Por isso o setor de proteína animal crescerá muito. Temos um porto muito estruturado, capacitado tanto para importação quanto para exportação. Precisamos consolidar uma solução para as obras de infraestrutura previstas para o pedágio. É muito importante manter o programa de R$ 42 bilhões em obras de infraestrutura no Paraná porque isso nos dá competitividade em relação a outros estados. O Paraná certamente continuará com seu programa de incentivos, sendo um dos melhores destinos do Brasil para investimentos.
Depois de uma primeira experiência na Secretaria de Indústria e Comércio, de 2011 a 2014, quais serão as prioridades da pasta para a nova gestão? O que deixou de ser executado, e agora se revela plausível de tirar do papel?
Compensar com incentivos a logística, a distância, o custo maior que os empresários têm para os polos do interior, tais como Maringá, Londrina, Guarapuava, Cascavel e Ponta Grossa, que é beneficiada por estar mais próxima ao Porto (de Paranaguá). Temos de consolidar uma política para quem está mais distante do porto, da infraestrutura, para que tenha uma compensação. Ainda não temos uma fórmula para isso. É um grande desafio assumir uma área que está com desempenho tão bom e conseguir fazer melhor ainda.
A Invest Paraná atrairá os recursos de quem, e para que setores prioritariamente?
Conduzida pelo Bekin (José Eduardo Bekin, diretor-presidente), que continuará à frente, pois é muito qualificado e tem boa equipe, a Invest Paraná é a porta de entrada no governo, encarregada de cuidar do incentivo fiscal, licenciamento. Agora, a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços, à qual a Invest Paraná se subordina, passa a ser a nova porta de entrada para os investidores no Estado.
O Paraná se desenvolveu de modo desequilibrado ao longo do século passado, deixando regiões com baixíssimo potencial econômico, tais como Guaraqueçaba e os municípios ao norte da capital, próximos ao Vale do Ribeira. Esse assunto está na pauta da Secretaria de Indústria e Comércio?
Interiorizar, industrializar o interior, integralizar a industrialização é um grande desafio. A região central do Paraná tem municípios com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) que precisam de compensação. Trabalhamos muito para incluir a duplicação da rodovia Campo Mourão-Pitanga-Guarapuava no novo processo do pedágio, mas não houve viabilidade. O governo se comprometeu a fazer melhorias nesse trecho, pois a logística é tudo. Sem logística não há desenvolvimento. Tem o gás na região central do Paraná, o calcário na região do Vale da Ribeira, onde há muitas cimenteiras. Já existe projeto para isso. Temos de conectar Adrianópolis à rodovia que liga Curitiba a São Paulo (BR-116, Régis Bittencourt), a fim de facilitar a logística. Temos também outras áreas de baixo IDH no litoral, que depende de um plano de turismo sustentável a se estabelecer. Temos solução para tudo, inclusive para a BR-101 que liga Garuva (SC), Antonina (PR) e Peruíbe (SP). É uma rodovia que ficará muito cara, porque cruza muitas áreas de proteção ambiental, mas é uma solução importante para o Paraná.
Levando-se em conta a nova configuração da política nacional, quais serão os desafios diante da necessidade de captação de recursos da União?
A União tem sido uma boa fonte de recursos, não só de financiamento, como também de infraestrutura a fundo perdido. Várias obras no Paraná têm sido feitas com recursos da Itaipu Binacional, inovação importante do governo Bolsonaro, e também com recursos do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) ou de financiamentos externos. O importante é que consigamos superar a necessidade de infraestrutura com esses financiamentos naquilo que não estiver previsto nas obras do pedágio.
As negociações de projetos entre o Paraná e a União podem ser facilitadas pela presença de três ministros do mesmo partido (PSD) do governador?
Com certeza. O governo federal tratará bem todos os governadores. Ao participar do governo, facilitará a atuação da bancada federal eleita, com sete deputados do PSD do Paraná, que buscarão soluções que o Estado precisa junto ao governo federal. A força da bancada paranaense propiciará ao governo federal atender bem o Paraná.
Que papel a Secretaria da Indústria e Comércio terá junto ao projeto do governador para a privatização da Companhia Estadual de Gás, a Compagas?
A Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços atrai investidores, e estes poderão se interessar em investir nessa empresa também. Obviamente caberá à diretoria da Copel fazer o roadshow e demonstrar a qualidade do investimento que será feito por aqueles que adquirirem mais ações da Copel, que deixará de ser uma companhia estatal e passará a ser uma corporação. Isso é bom, pois ganhará muito mais escala e eficiência, a exemplo do que fizemos na Eletrobras no contexto nacional.
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