• Carregando...
Serviços gratuitos de atendimento psicológico passaram a ser oferecidos durante a pandemia.
Serviços gratuitos de atendimento psicológico passaram a ser oferecidos durante a pandemia.| Foto: Luiz Costa/ Prefeitura de Curitiba

Serviços gratuitos de atendimento e acolhimento psicológico foram implantados no Paraná desde o início da pandemia do coronavírus. Por causa do isolamento social, órgãos públicos e universidades paranaenses passaram a oferecer programas de acolhimento com atendimento telefônico e virtual para pessoas que precisam de apoio durante esse período. A maioria dos serviços é realizada por profissionais voluntários, servidores públicos e estudantes. São voltados para atendimento de toda a população.

WhatsApp: receba um boletim diário com notícias do Paraná

Já no início da pandemia, o Governo do Estado do Paraná firmou uma parceria com o Conselho Regional de Psicologia e lançou um serviço de acolhimento virtual. O atendimento é feito por meio de um aplicativo, o Telemedicina Paraná, que além de atendimento psicológico disponibiliza atendimento para outras especialidades médicas. Os profissionais que atendem no serviço de psicologia são voluntários e as conversas são realizadas por chamadas de vídeo e por áudios. De acordo com o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (SETI), Aldo Bona, “o principal objetivo é auxiliar a pessoa a ficar em casa e com segurança. E o atendimento psicológico funciona com apoio dos nossos extensionistas e de uma grande rede de voluntários”.

Também no âmbito estadual, a Universidade Federal do Paraná atende pelo programa ConVida UFPR. Criado originalmente em 2019, o programa era voltado exclusivamente para a comunidade acadêmica, mas, em março de 2020, com o início da pandemia, ganhou um novo propósito e passou a atender também a população de fora da universidade. Hoje o programa engloba assuntos de vários temas e faz atendimentos individuais e em grupos, inclusive voltado também para pessoas em situação de luto. Desde março do ano passado, o grupo já realizou 40 lives, 70 encaminhamentos para atendimento contínuo, palestras de diversos temas relacionados ao luto e à pandemia do coronavírus, além de manter ativas rodas de conversas, grupos e oficinas. Atualmente tudo acontece no ambiente virtual.

A coordenadora do ConVida, professora e psicóloga Lis Andrea Soboll conta que o trabalho cresceu muito e, além de ajudar a população, é um apoio fundamental também para os voluntários do programa enfrentarem os desafios impostos pela pandemia. “Todos nós estamos vivenciando perdas, dificuldades, luto e, no grupo, a gente consegue derrubar o mito de que só podemos ajudar quando estamos bem. A gente precisa é estar sendo suportado, pertencer a um grupo de apoio para podermos estender a mão ao próximo”, explica Lis. O programa ConVida conta com a contribuição voluntária de professores e alunos da UFPR, além de profissionais da saúde e colaboradores externos. “O ConVida é um espaço de formação profissional para pessoas de várias áreas de atuação”, afirma a professora. Todo o atendimento realizado pelo grupo é gratuito.

Em Curitiba, a prefeitura lançou o Telepaz logo no início da pandemia, um serviço de acolhimento realizado por telefone. Desde março de 2020, o serviço da prefeitura já fez 3.060 atendimentos. De acordo com Margareth Bolino, coordenadora do Telepaz, “o serviço começou como uma proposta temporária, mas diante do agravamento da pandemia e das consequências disso, existem grandes chances de ser implantado definitivamente”. De acordo com Margareth, as queixas mais comuns são ansiedade acentuada e, depois de um ano de pandemia, a limitação de convívio. Além disso, Margareth conta que os idosos procuram mais o atendimento. “Para os mais velhos, o afastamento da família incomoda muito. Por outro lado, o convívio mais intenso nesse período em que muita gente está trabalhando em casa, também gera conflitos”. Ainda de acordo com Margareth, “o Telepaz é um serviço de acolhimento, isso significa que o atendimento se encerra nele mesmo. É um serviço para quem busca uma escuta. Se percebermos uma situação mais grave, onde o paciente precisa ser encaminhado para algum outro serviço especializado, nós fazemos o encaminhamento para a secretaria municipal de saúde”. O Telepaz foi criado pela Secretaria Municipal de Educação de Curitiba.

Para Pedro Braga Carneiro, do Conselho Regional de Medicina, a possibilidade de atendimento remoto respeita uma técnica bem difundida no meio. Ele afirma que houve um crescimento muito significativo no número de psicólogos credenciados na modalidade de atendimento virtual no cadastro nacional desde o começo da curva problemática da pandemia, em março do ano passado. “O Conselho Regional oferece apoio e orientação para os profissionais que aderem ao voluntariado. Eles precisam estar cientes de algumas resoluções do Conselho Federal em relação ao compromisso com sigilo, possibilidade de encaminhamento, atendimento com qualidade”, disse Carneiro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]