• Carregando...
Máquinas agrícolas
Queda de 20% é considerada “normalização de mercado” após ampliação de área de produção no país| Foto: Jaelson Lucas/AEN

O ano de 2022 assegurou para o setor de máquinas agrícolas um faturamento de R$ 92 bilhões, graças ao aumento de área de 4 milhões de hectares por ano, tendência que se repetiu desde 2020. Nem a queda de 20% nas vendas registradas em 2023 frustrou os planos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) que aposta na estabilidade do agronegócio para retomada da curva de crescimento em 2024.

Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

De acordo com Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, os motivos para a diminuição na venda dos equipamentos são claros para o segmento, que descarta uma crise na comercialização. "Você tem os preços das commodities (produtos primários do agro) menor, juros mais altos e não tivemos um aumento de área expressivo em 2023, ao contrário dos anos anteriores. Viemos de recorde de vendas três anos seguidos, simplesmente o mercado normalizou", explica.

Bastos destaca que o fato do Brasil precisar aumentar pelo menos 40% a exportação de produtos agrícolas como grãos, carne, celulose, lácteos, significaria o aumento da área plantada e, consequentemente, o aumento do mercado.

"O prognóstico é positivo olhando por esse aspecto. Para plantar mais e exportar mais, é necessário mais máquinas. A vocação do Brasil é exportar alimentos e tem sido referência mundial nos últimos anos. Seguindo essa linha, uma retomada é prevista já para o segundo semestre de 2024", projeta.

Plano Safra não atende expectativas de setor de máquinas agrícolas

O Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), crédito rural voltado para financiar a aquisição de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas, não foi atrativo como o setor esperava neste ano.

O Moderfrota, do Plano Safra de 2022/23, disponibilizou R$ 10,16 bilhões com juros de 12,5% ao ano e o prazo de pagamento em até sete anos. Mas o presidente da Câmara Setorial afirma que as condições não são suficientes para atrair o produto.

"Os juros são considerados altos. Essas compras são feitas com juros fixos, então mesmo a 12,5%, fica caro. Além disso, falam muito sobre a possibilidade da queda da taxa Selic. Isso faz o produtor segurar a compra para 2024", analisa.

No Paraná, o Programa Trator Solidário, que vai para o 17º ano de existência, já financiou 279 colhedoras no valor de R$ 86,6 milhões desde 2015. No caso dos pulverizadores, o valor financiado foi de R$ 2,2 milhões para a compra de 115 equipamentos.

Para Bastos, se as intempéries climáticas não atrapalharem, a tendência é que o Paraná siga contribuindo com o crescimento do setor de máquinas nos próximos anos. "O fator El Nino pode fazer toda a diferença, em especial no Paraná. As mudanças bruscas no clima afetaram o estado em 2023 e se houver a melhora que esperamos, o Paraná seguirá com bons números de aquisição de maquinários", avalia.

Segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), entre 2007 e 2021 foram entregues mais de 13.275 tratores, com força variando entre 55 até 75 cavalos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]