Se o campo parece segurar as pontas da economia paranaense, graças a um bom volume de exportações, o setor de comércio, serviços e turismo ainda patina, com números abaixo da média nacional e uma retomada muito tímida. Mas que deve emplacar no fim do ano.
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Nos valores fechados até maio pelo IBGE, o comércio varejista ampliado (que inclui veículos e material de construção, por exemplo) teve aumento no volume de vendas na ordem de 2,1% quando comparado ao mesmo período do ano passado. A média do país é de 3,3%. Nesse quesito os estados vizinhos de região se saíram bem melhor: 4,4% de aumento para Rio Grande do Sul e 8% para Santa Catarina.
A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), também do IBGE, mostra uma atividade retraída de serviços no estado. O Paraná recuou 1,2% nos cinco primeiros meses de 2019 -- comparado ao mesmo período de 2018. A vizinha Santa Catarina, como referencial, teve um desempenho 4,9% melhor que no ano passado. Na média, o país melhorou 1,4% neste mesmo período.
Com volume de turismo não foi diferente. O Paraná praticamente ficou no 0 a 0 no acumulado deste ano.
Uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-PR) mostra algum viés de alta. No acumulado de janeiro a abril, o comércio paranaense registrou elevação de 2,58% no volume de vendas. Os números mostram, porém, que as pessoas estão comprando itens mais baratos. Isso é claro pelo tipo de consumo. De janeiro a abril, pela Fecomércio, os paranaenses gastaram mais em lojas de departamentos e menos na compra de veículos.
"A esperança do povo era que com os novos governos, federal e estadual, haveria um clima favorável de investimento. Como a [reforma] Previdência está segurando todas as votações, o empresariado ficou preocupado com a possibilidade de elas não ocorrerem e os investimentos que estavam previstos ficaram presos", destaca Darci Piana, vice-governador do Paraná e presidente da Fecomércio.
Ainda que sem um arranque mais intenso, a confiança do comerciante paranaense continua em alta, acima, inclusive, da confiança registrada na média dos empresários do setor no país. E com algum grau de justificativa.
"O setor de serviços será beneficiado em breve pela recuperação do emprego e renda da população. A retomada do mercado de trabalho do estado ainda não se traduziu em aumento do consumo porque os efeitos não são imediatos, mas a tendência é positiva para os próximos meses“, defendeu Julio Suzuki Junior, economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), em uma análise sobre o assunto.
"Temos R$ 12 bilhões em investimento já aprovados [no Paraná]. Agora, até isso se concretizar, ser aplicado, até todo mundo ser contratado, levará tempo. O volume de contratados já está sendo bom. Daqui a dois ou três meses, o comércio vai ter resultado por conta dessa nova mão de obra. Ele [o trabalhador contratado] passa a receber, a pagar as continhas dele e depois passa a comprar roupa, sapato e melhorar o 'ranchinho' dele, como a gente fala. Os meses de novembro e dezembro devem ser muito bons", afirma Darci Piana.
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