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Turismo rural: lavandário é uma das experiências bem sucedidas no Paraná
Lavandário localizado em Witmarsum atrai quem busca experiências ao ar livre, uma das marcas do turismo rural| Foto: Ana Paula Pickler/Especial para a Gazeta do Povo

O turismo rural tem uma projeção de crescimento exponencial para este ano: superior a 50%, de acordo com estimativa do Ministério do Turismo. No Paraná, o crescimento de 2019 para 2022 foi mais tímido: 26% em três anos, passando de 125 para 169 propriedades em três anos, de acordo com dados da Secretaria de Turismo do estado.

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“A pandemia trouxe um novo olhar para as propriedades que oferecem esse tipo de experiência. E, quem conseguiu agregar atrativos a isso, angariou turistas e segue com um padrão de renda bem interessante para a propriedade”, explica Terezinha Freire, coordenadora estadual de Turismo Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR).

Seja oferecendo espaços ao ar livre, alimentos diferenciados ou hospedagens com vistas que são um convite ao descanso, o turismo rural vem crescendo como alternativa para famílias que buscam experiências diferentes. A menos de 60 quilômetros de Curitiba, a Colônia Witmarsum é conhecida por se encaixar nesse perfil. Por lá, um lavandário elevou o chamado “turismo de experiência” e virou uma opção bastante procurada, principalmente nos fins de semana.

Dagmar Janzen Lemos, que cuida do espaço junto com o marido, conta que tudo começou com um armazém, onde eles vendiam artesanatos feitos por ela e produtos rurais dos pequenos agricultores dos arredores. “Depois sentimos a necessidade de oferecer mais atrativos para quem visitava o armazém e passamos a criar galinhas exóticas. Com o passar do tempo, meus pais - que eram os donos da terra - foram nos doando mais partes da propriedade, e percebemos que era preciso aproveitar mais o espaço. Foi aí que decidimos montar algo relacionado a plantas - e chegamos na lavanda”.

A ideia inicial era oferecer o local para realizar casamentos e, no começo de 2020, eles abriram para visitação dos clientes que iam ao armazém, forma encontrada para divulgarem o novo serviço. Com a chegada da pandemia de Covid-19, os eventos foram todos cancelados. Passadas algumas semanas do início da série de restrições vividas naquele momento, um cliente que os conhecia pediu se não poderiam abrir o lugar para que eles visitassem e fizessem um piquenique.

Depois disso, para chegar ao que hoje é o espaço, foi tudo relativamente rápido e, em 2022, o lavandário virou oficialmente um local onde é possível fazer uma visita guiada, conhecer mais sobre os tipos dessa planta, além de saborear um chá e um sorvete que têm lavanda como base. “Recebemos, em média, 150 pessoas por fim de semana e abrimos para fotógrafos fazerem ensaios previamente agendados”, conta a empresária.

Dagmar revela que, neste outono, vão oferecer a possibilidade de passear por um corredor formado por 40 liquidâmbares, árvores conhecidas por terem folhas com uma coloração avermelhada. “Também plantamos outras 90 árvores da mesma espécie, além de estarmos fazendo minicampos de camomila e canola", revela.

Esse movimento feito pela proprietária do lavandário é considerada uma característica fundamental para incrementar a renda de quem trabalha com turismo rural. “Nós observamos como essa preocupação em oferecer algo além do esperado mexe com várias questões, como a autoestima das trabalhadoras rurais, que passam a ter o que fazem elogiado pelos clientes, e a mobilizar também as propriedades vizinhas”, pontua Terezinha, especialista do IDR-PR.

O futuro do Turismo Rural

“Inauguramos em dezembro e desde então não tivemos mais sossego. Só não temos reserva nos dias que “silenciamos a data”, por algum compromisso. Estamos com todos os fins de semana ocupados, até o mês de agosto”, conta, animada, Isabela Martinez, proprietária de uma cabana localizada em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba.

A empresária aluga o espaço por uma plataforma especializada nesse tipo de negócio. Ela também diz que pensaram em oferecer a estrutura da propriedade para eventos como casamentos para poucas pessoas, mas ainda não estão focados em lidar com um público mais amplo. “Mas já estudamos a possibilidade da criação de mais uma cabana”, relata.

Com um mercado aquecido, é natural que se busquem parcerias para fomentar o setor. “Estamos reestruturando a secretaria e, com isso, criamos um grupo de trabalho voltado ao turismo rural, além de estarmos em contato com entidades como Fecomércio e Faep, com desdobramentos bem positivos”, revela Ana Paula Soliman, coordenadora de Marketing e Inovação Turística da Secretaria de Turismo do Paraná.

Terezinha Freire ainda destaca que o Paraná tem muito potencial para crescer na área, mas seriam necessárias mais políticas públicas que permitam essa evolução. Ela usa como exemplo uma situação vivenciada recentemente na ExpoLondrina. “Fiz degustações guiadas dos queijos e vinhos produzidos no Paraná. E foi impressionante: quem participou não fazia ideia que temos produtos saborosos e premiados por aqui. Boa parte deles recebem enoturistas e ainda são desconhecidos do grande público”, acrescenta a especialista.

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