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Há mais de 140 vacinas sendo desenvolvidas contra a Covid-19, mas as mais avançadas nos estudos atuam em quatro frentes diferentes
Há mais de 140 vacinas sendo desenvolvidas contra a Covid-19, mas a da Sinovac é uma das quatro com estudos mais avançados| Foto: Bigstock

Profissionais de saúde da linha de frente do combate à Covid-19 no Paraná já podem se voluntariar para a pesquisa com a vacina contra o coronavírus produzida pela empresa chinesa Sinovac, que será testada pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. O hospital pretende iniciar a triagem dos 852 voluntários no próximo dia 3 de agosto.

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Em fase 3 de testes, a vacina chinesa será aplicada em até 9 mil voluntários em todo o país, exclusivamente em profissionais de saúde que atuam diretamente com casos de Covid-19. “Como estamos em fase de análise da eficácia da vacina, precisamos testar nas pessoas mais suscetíveis à contaminação pelo vírus, que são os profissionais de saúde da linha de frente”, explica a infectologista Sonia Raboni, pesquisadora responsável pela pesquisa no HC.

Dos 852 voluntários, metade receberá duas doses da vacina, em um intervalo de 14 dias, e a outra metade, placebo. “É uma pesquisa randomizada, controlada por placebo e duplo cego, em que só no final saberemos quais pacientes receberam a vacina”, conta a médica. Os voluntários serão acompanhados por 16 meses, com consultas médicas e exames laboratoriais periódicos.

Além de profissional de saúde atuante na linha de frente da Covid-19, o voluntário precisa não ter doenças graves, não estar grávida, ainda não ter sido contaminado pelo coronavírus e não participar de nenhum outro estudo. “O voluntário que preencher esses requisitos será chamado para uma consulta conosco, passará por exames físicos e, se for elegível, já entra para a pesquisa, recebendo a primeira aplicação”, conta a pesquisadora.

Apesar da previsão de 16 meses de duração do estudo, a médica cita que, por estarmos em pandemia e sem uma medicação eficiente para o controle da doença, é possível se antecipar processos caso os primeiros resultados sejam positivos. “Só com a conclusão de um estudo em fase 3 que uma vacina poderá ser registrada e, depois oferecida à população. O que pode ser feito é antecipar resultados, aumentando o número de voluntários participantes, à medida que a segurança da vacina for sendo confirmada. O Instituto Butantan, que é o responsável pela pesquisa, pode declará-la concluída, ou prorrogá-la, se avaliar pertinente. Como todo mundo está trabalhando para termos uma vacina até o final do ano, acredito que se tudo ocorrer bem no início desta fase 3, ela seja ampliada para já termos resultados nos próximos meses também”, explica a médica.

Ao contrário da vacina de Oxford, que é produzida com o coronavírus geneticamente modificado para não atacar o organismo, mas estimular a produção de anticorpos, a vacina da Sinovac é produzida com vírus inativo. “Ele criará nossa memória imunológica para, quando tivermos contato com o vírus, nosso organismo estar pronto para combatê-lo”, esclarece a pesquisadora.

Interessados em participar do estudo podem se cadastrar pelo email sinovac@hc.ufpr.br ou pelo whatsapp (41) 98522-5146.

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