Trazida do Rio de Janeiro para Pinhais em 2014, finalmente a pista de ciclismo dos Jogos Pan-Americanos de 2007 deve voltar a ter vida após sete anos guardada em um galpão. A prefeitura da cidade da região metropolitana de Curitiba deve concluir até o fim de 2021 a construção do complexo que vai abrigar o circuito de pinho maciço importado da Rússia e que já deveria estar pronto desde 2016, não fossem os entraves burocráticos.
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O Complexo Esportivo e Cultural Velódromo, no bairro Maria Antonieta, terá 20 mil metros quadrados, sendo metade ocupada pelo ginásio com capacidade para 1,5 mil pessoas. Além da pista de ciclismo, o ginásio terá uma quadra poliesportiva para modalidades como vôlei, basquete, handebol e que também poderá receber competições individuais, como lutas, bem como eventos culturais e religiosos. Na parte externa, o complexo terá um campo de futebol e uma quadra de tênis.
A intenção é de que o velódromo não seja usado só pela população, mas também em competições e treinos de atletas profissionais, além da formação de base de novos ciclistas. Para isso, a prefeitura vai adquirir 30 bicicletas profissionais de corrida e convidou a Federação Paranaense de Ciclismo (FPC) para que mude sua sede para o prédio administrativo do complexo.
Na pista, só será permitida a circulação das bicicletas adquiridas pelo município e bikes dos próprios atletas que queiram treinar no velódromo. As bicicletas da prefeitura serão usadas pela população em geral com agendamento e em escolinhas para alunos da rede pública de ensino.
“A ideia é trazer para Pinhais grandes competições esportivas, não só de ciclismo. A estrutura será usada também para eventos culturais, como o Festival da Canção, apresentações de teatro e eventos de Natal”, explica Ricardo Pinheiro, atual secretário de Governo da prefeita Marli Paulino (PSD), e que participou diretamente da vinda da pista para Pinhais quando foi secretário de Esportes na gestão anterior, do ex-prefeito Luizão Goulart.
Por que atrasou?
A construção do Complexo Velódromo começou em novembro de 2019, com quatro anos de atraso. O motivo, explica o secretário de Governo, foi por adaptações que a prefeitura teve de fazer no contrato de licitação.
Inicialmente, a licitação seria pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC), instrumento jurídico criado para execução mais rápida de obras e serviços para a disputa da Copa das Confederações de 2013, da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. A obra na região metropolitana seria por RDC pelo fato de que a pista poderia ser usada para treinos das delegações dos Jogos Olímpicos do Rio.
Porém, por orientação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), o município adotou o formato usual que as prefeituras utilizam para contratar empreiteiras. “No contrato por RDC, a empreiteira só entregaria a chave do complexo já pronto. Seria a construtora que iria detalhar tudo o que seria necessário para a execução do projeto. Já no contrato atual, a prefeitura teve que detalhar tudo isso no projeto, o que levou tempo”, explica Pinheiro.
Descartada para a Olimpíada
Impedida de ser utilizada na Olimpíada Rio-2016, a pista do Pan de 2007, a primeira de madeira do Brasil, teve de ser desmontada em 2012 para dar lugar a uma nova estrutura. Isso porque havia duas pilastras no centro do circuito, o que atrapalhava a transmissão de provas na TV, descumprindo normas técnicas do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Em 2013, a pista chegou a ser oferecida à prefeitura de Goiânia (GO), que negou a estrutura por não ter condições de transportá-la. Assim, o circuito acabou em Pinhais, onde ficou guardada desmontada em um galpão desde 2014.
A pista foi inaugurada no Parque Olímpico da Barra da Tijuca em 2007 para a disputa dos Jogos Pan-Americanos ao custo de R$ 14,1 milhões. Já a construção em Pinhais vai custar R$ 24 milhões, pouco menos do que o dobro do projeto original no Rio. Porém, a prefeitura da cidade vizinha de Curitiba não vai gastar nada, já que a construção do complexo é bancada pela Caixa Econômica Federal.
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