Um funcionário da Ecovia que fazia inspeção de rotina na BR-277 no domingo à noite percebeu a falta de visibilidade causada pela fumaça, encostou a viatura e iniciou a sinalização para os motoristas. Mas isso foi no sentido Litoral-Curitiba, trecho que estava mais movimentado naquele momento. Pelo rádio, ele chegou a pedir reforço para sinalização do sentido contrário da pista, assim como acionou os Bombeiros e a Polícia Rodoviária. No entanto, não houve tempo, e antes que os reforços chegassem aconteceu o engavetamento com 22 veículos, que deixou 8 mortos e 22 feridos.
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O relato foi feito pelo gerente de atendimento ao usuário da Ecovia, Marcelo Belão, que se pronunciou oficialmente sobre o acidente no final da noite desta segunda-feira. Em entrevista à Gazeta do Povo, Belão disse que a empresa seguiu o protocolo em casos como o de domingo à noite, mas tudo aconteceu muito rápido.
Foi no quilômetro 76 que o operador percebeu a falta de visibilidade e encostou o veículo para fazer a sinalização. No mesmo momento, às 22h08, pediu apoio para fazer a sinalização no sentido contrário, Curitiba-Litoral, além de ter solicitado, por rádio, que fossem acionados os bombeiros e a Polícia Rodoviária.
Segundo o gerente, a primeira viatura de apoio chegou às 22h26 e foi nesse lapso de tempo em que as colisões aconteceram. Belão disse que a concessionária seguiu o protocolo em situações como essa, tendo em vista que os reforços foram chamados e que a viatura não poderia atravessar a pista para sinalizar também no sentido contrário. Ele ainda destacou que o fluxo maior era no sentido do litoral para Curitiba, por causa do final de semana.
O gerente contou ainda que o operador fez acenos para redução de velocidade e foi se dirigindo até o final da fila, para também evitar colisões traseiras. Segundo Belão, o procedimento foi adequado e a prova seria o fato de que não foram registradas batidas no sentido litoral-Curitiba, que tinha tráfego mais intenso. Ele disse que nenhum usuário acionou a concessionária para comunicar o problema da visibilidade, o que reforçaria, no entendimento do gerente, a tese de que a viatura da empresa foi a primeira a identificar o problema e que as mudanças nas condições da pista foram repentinas.
Incêndios frequentes
Para ele, uma situação atípica, que nunca viu acontecer de maneira tão rápida e brusca nos 21 anos em que atua no setor, acabou colaborando para as colisões. A combinação de neblina e fumaça num ponto bem específico dificultou a visão dos motoristas. Segundo o gerente, são comuns incêndios de campo naquela região e que, neste ano, a concessionária atendeu sete chamados no local. Belão destacou com o combate a incêndios é prerrogativa dos Bombeiros e que cabe à concessionária dar o apoio. “Só atende quando traz um risco à rodovia”, disse.
O gerente afirmou ainda que todos os recursos possíveis foram acionados, tanto antes como durante a ocorrência, e que a concessionária lamenta muito o ocorrido. Sobre as imagens do sistema de segurança, declarou que há câmeras instaladas nos quilômetros 74 e 78, portanto a dois quilômetros do local das colisões.
Quem também se manifestou sobre o acidente, em nota, foi a transportadora Sulista, para qual o caminhão era contratado. A empresa informou que o motorista tinha iniciado viagem para São Paulo, após um final de semana de descanso com a família. A transportadora disse ainda ter acompanhado o exame de dosagem alcoólica, que apontou inexistência de álcool, assim como a aferição do tacógrafo, que marcava velocidade dentro da permitida. “A empresa lamenta a fatalidade ocorrida, se solidariza com as vítimas e se coloca à disposição das autoridades competentes”, diz a nota.
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