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Um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ligando o Centro Cívico, em Curitiba, e o aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, receberá investimento de R$ 2,2 bilhões do governo federal. A medida foi divulgada na sexta-feira pelo presidente Lula, durante um evento em Minas Gerais. Na ocasião, o presidente anunciou R$ 9,7 bilhões em investimentos no transporte público para diversos estados, que estão inseridos nas novas propostas habilitadas para pré-seleção nas linhas de Mobilidade Grandes e Médias Cidades e de Renovação de Frota do Novo Programa de Aceleração do Crescimento Seleções de 2025 (PAC Seleções).
Em maio do ano passado, a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentaram um consórcio de empresas que seria responsável pela elaboração dos estudos técnicos e de viabilidade para implantação do VLT. Na ocasião, a ideia era de que o modelo substituísse os ônibus expressos (BRT) do Eixo Boqueirão, em Curitiba, expandindo a linha até o Aeroporto Afonso Pena, passando pelo Terminal Central de São José dos Pinhais. O corredor que interliga atualmente o Terminal Boqueirão e a Praça Carlos Gomes, no Centro de Curitiba, também deve ser ampliado até o Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico.
Ligação rápida entre Centro e aeroporto foi descartada antes da Copa
A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, publicou vídeo nas redes sociais confirmando o aporte. “O VLT que ligará Curitiba a São José dos Pinhais vai sair do papel. É o novo PAC garantindo investimentos para transformar a mobilidade urbana em Curitiba e região metropolitana”, afirmou ela. No entanto, há alguns motivos para reduzir as expectativas. O primeiro deles é mais geral: os PACs anteriores anunciados pelos governos petistas deixaram um enorme legado de obras inacabadas, a ponto de a nova versão do programa, lançada por Lula em 2023, ser em boa parte uma reciclagem dos anteriores, incluindo muitos projetos que não foram concluídos nas versões anteriores.
No caso específico de Curitiba, ainda é recente o fracasso da primeira tentativa de construir uma ligação rápida entre o centro da cidade e o Aeroporto Afonso Pena. Uma das obras previstas quando a cidade foi escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 era um corredor ligando a Rodoferroviária e o Afonso Pena – à época, o modelo favorito não era o VLT, mas o BRT, como nos demais corredores de ônibus da cidade. No entanto, o projeto acabou considerado inviável e substituído por um alargamento da Avenida das Torres, com a construção de uma faixa adicional de asfalto em cada sentido da via.



