Volvo segue líder no mercado de pesados e projeta crescimento de até 15% entre caminhões

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Com mais de 19,6 mil caminhões entregues no Brasil em 2023 - 14 mil deles dentro da nova tecnologia Euro 6 - a Volvo confirmou presença como líder no mercado de transporte de cargas no país. Os números fazem parte do balanço divulgado pela montadora* nesta quarta-feira (28).

Somente nas linhas FH, FM e FMX, a marca licenciou cerca de 10,3 mil unidades Euro 6, que conta com menos emissões de poluentes e se tornou obrigatória para os caminhões produzidos no país desde o ano passado. Com isso, a Volvo conseguiu 30% de participação de mercado de caminhões pesados equipados com a nova tecnologia.

Segundo Alcides Cavalcanti, diretor executivo da Volvo Caminhões, a opção da montadora em focar no Euro 6 se justifica pela adoção deste como o padrão do mercado de caminhões. Para atingir os patamares e trazer melhorias significativas no consumo de combustível, que reflete em uma menor emissão de poluentes, a tecnologia tem um custo adicional.

Mesmo assim, explicou o executivo, a Volvo conseguiu manter a média de um a cada três caminhões emplacados no país. “No primeiro trimestre nós perdemos a liderança de mercado, caímos para o terceiro lugar, mas isso começou a se reverter a partir do segundo trimestre. A aceitação dessa tecnologia foi aumentando porque os clientes entenderam que nós entregamos o que prometemos”, detalhou.

De acordo com os dados da montadora, o modelo FH 540 foi, pelo quinto ano consecutivo, o caminhão mais vendido do Brasil, com 7,2 mil unidades emplacadas. Se levados em conta apenas os modelos com a tecnologia Euro 6, as 5,8 mil unidades mantiveram o FH 540 no topo de vendas.

Na linha FH, o modelo 460 obteve números considerados expressivos pelos executivos da marca. Foram cerca de 3,8 mil emplacamentos em 2023, sendo 3,2 mil dentro da nova tecnologia com menos emissões de poluentes. “Podemos afirmar com certeza que nenhuma outra marca entregou tantos pesados Euro 6 quanto a Volvo em 2023”, confirmou Cavalcanti.

Serviço de locação da Volvo completou primeiro ano em operação

Outro ponto destacado pelos executivos da montadora durante a apresentação do balanço anual foi o serviço de locação de caminhões. Operacionalizada pela Volvo Financial Services (VFS), a Locadora Volvo fechou o primeiro ano de operações com 850 ativos contratados, entre cavalos mecânicos e implementos.

Para Carlos Ribeiro, presidente da VFS América do Sul, o resultado foi surpreendente dentro de um cenário considerado desafiador, com renovações de frotas abaixo da média para todo o mercado. A participação da VFS nas entregas da Volvo chegou a 43%, somados os serviços de financiamento, consórcios e a locação.

“É o chamado conceito de ‘caminhão como um serviço’. Em vez de serem comprados pela transportadora, os veículos são alugados pela Locadora Volvo, em pacotes que podem incluir outros serviços, como manutenção, conectividade e treinamento de motoristas”, disse Ribeiro.

Ganhou destaque na apresentação dos números a possibilidade de financiamento de peças e serviços oferecida pela Volvo. No primeiro ano de oferta da modalidade, foram negociados R$ 37 milhões, o que para o executivo demonstra o potencial de mercado por esse tipo de serviço.

“Nós conseguimos atrair aquele cliente que estava comprando peças, por exemplo, em um mercado paralelo. Agora temos essa opção para a compra de peças originais, o que vai permitir a esse transportador reformar uma cabine, um motor, com um pagamento parcelado de forma adequada à sua realidade”, completou.

Marca está investindo R$ 1,5 bilhão na unidade paranaense

Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina, destacou os investimentos que vêm sendo feitos pela marca na fábrica instalada em Curitiba. Em 2022 se encerrou um ciclo no qual foram investidos R$ 1 bilhão – recursos que foram direcionados, entre outros pontos, para a adoção do padrão Euro 6.

Agora, confirmou Lirmann, a Volvo está no segundo ano de um novo ciclo de investimentos ainda maior. “Entre 2023 e 2025 serão investidos R$ 1,5 bilhão de reais. O objetivo é nos manter sempre uma geração à frente no mercado da América Latina. É manter a Volvo atualizada com o que temos de melhor no mundo”, afirmou.

Conjunção de fatores pode levar a crescimento de até 15% no mercado de caminhões, avalia presidente da Volvo

Se em 2023 a previsão do presidente do grupo Volvo América Latina era de uma queda expressiva no mercado de caminhões, para 2024 a expectativa de Lirmann é de um crescimento no setor entre 10% e 15%. Apesar das previsões de quebras de safras e de impactos negativos trazidos por incertezas econômicas em nível global, há pontos positivos que podem alavancar o setor.

“Nós estamos passando por um período de alta nas commodities. As taxas de desemprego estão caindo, e com isso verifica-se uma alta na renda e no poder de compra da população. Associados a uma inflação em queda, nós acreditamos que esses fatores podem levar a um crescimento no mercado como um todo”, completou.

*O repórter viajou a São Paulo a convite da Volvo.