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Assessor foi preso em Maringá acusado de cobrar propina a prefeituras da região. | Prefeitura de Maringá/Prefeitura de Maringá
Assessor foi preso em Maringá acusado de cobrar propina a prefeituras da região.| Foto: Prefeitura de Maringá/Prefeitura de Maringá

Um assessor parlamentar do deputado estadual Marcio Nunes (PSD) foi preso em flagrante em uma ação controlada da Polícia Civil, na quinta-feira (19), em Maringá, acusado de corrupção passiva. Segundo a polícia, Vanderley Borgert cobrava propina de prefeituras do Paraná, garantindo que viabilizaria a doação de veículos e bens apreendidos pela Receita Federal aos municípios. As investigações serão aprofundadas, para identificar de quantas cidades o acusado recebeu propina e se há participação de outros agentes públicos no esquema.

Borgert foi preso em um restaurante, após receber um envelope que continha R$ 5 mil (R$ 2 mil em dinheiro e R$ 3 mil em cheque), entregue por um emissário de uma prefeitura da região de Maringá. A própria prefeitura havia denunciado as pressões que o assessor parlamentar vinha exercendo. A partir de então, a Polícia Civil articulou a ação controlada, autorizada pela Justiça. A polícia já pediu a conversão da prisão do acusado em preventiva.

“Com a denúncia dessa prefeitura, nós fizemos a ação para efetuar a prisão no instante em que ele recebesse a propina. Nós oficiamos antes à Justiça, para comprovar que ele pediria a propina”, disse o delegado de Loanda, Alysson Tinoco, responsável pela operação. “Pelo acordo, ele cobraria outros R$ 5 mil quando os veículos efetivamente chegassem à cidade”, completou.

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O esquema

Segundo as investigações, Borgert se valia de seu trânsito com autoridades para chegar a agentes públicos de prefeituras do interior do Paraná. Ele dizia que, por sua influência, seria capaz de liberar a doação de veículos e bens que haviam sido solicitados pelos municípios à Receita Federal. Para isso, cobrava propina de R$ 10 mil.

As investigações, no entanto, apuraram que Borgert não tinha trânsito na Receita Federal. O que ele fazia era monitorar um sistema público e, quando via que a Receita havia aprovado a doação de bens a algum município, o assessor abordava os agentes públicos dessa cidade, dizendo que poderia viabilizar a concessão, mediante o pagamento de propina.

“Ele só entrava em contato com a prefeitura quando sabia que a doação do bem já tinha sido liberada pela Receita. Ele não tinha nenhum vínculo com a Receita. Ele se valia da falta de informação do gestor, para tentar receber as vantagens indevidas”, apontou o delegado Tinoco.

A Receita Federal já havia recebido denúncias sobre o esquema de Borgert e contribuiu com as investigações da Polícia Civil. Segundo o delegado, há evidências de que o assessor parlamentar tenha aplicado o golpe em outras prefeituras do interior, principalmente da região Norte do Paraná.

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Influência

Borgert se apresentava no meio político da região como uma pessoa de influência. Filho de um ex-vereador de Campo Mourão, cidade da qual o deputado Marcio Nunes foi vice-prefeito e secretário de Agricultura. Além de assessorar Nunes, Borgert chegava a se apresentar como representante de outros políticos. Em março deste ano, por exemplo, ele participou de um evento oficial em Pitanga, representando o deputado federal Luiz Nishimori (PR).

“Ele [Borgert] se usava do nome, do trânsito político, para pedir dinheiro. Se tiver indícios de que tinha agente público participando [do esquema], a gente vai ter que apurar, chamar para prestar depoimento, investigar”, disse o delegado.

Outro lado

A Gazeta do Povo tentou ouvir a defesa de Borger, mas não foi atendida. O advogado dele, Paulo Rogério do Carmo – que é vereador de Maringá – não estava em seu escritório pela manhã. No gabinete na Câmara de Maringá, ninguém atendeu as ligações.

O gabinete do deputado Marcio Nunes informou apenas que Borgert foi exonerado do cargo.

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