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| Foto: Ana Volpe/Agência Senado

Depois da acentuada queda na geração de empregos registrada com a crise econômica, o Paraná alcançou, em 2018, o melhor saldo de contratações com carteira assinada dos últimos quatro anos. Após amargar perda de mais de 76 mil empregos em 2015, o estado teve crescimento e, desde então, e voltou a ultrapassar os patamares do ano anterior, com 40.256 mais empregos gerados do que as demissões anotadas. Os números são do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado pelo Ministério do Trabalho, e colocam o Paraná em quarto lugar entre os estados na expansão do mercado de trabalho, superado apenas por São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

Confira o gráfico

Nesse cenário, o segmento econômico mais promissor é, disparado, o setor de serviços, que teve saldo positivo de 30.258 vagas de emprego nos últimos 12 meses. Na sequência aparecem o comércio, que gerou 9.426 postos com carteira assinada e a construção civil, com 2.301 empregos gerados. No outro polo, as demissões foram mais numerosas na agropecuária, com saldo de 1.205 demissões; com dispensas menos numerosas aparecem ainda a indústria de transformação, a administração pública e o extrativismo mineral.

O crescimento expressivo é reflexo claro da retomada da confiança e das boas perspectivas para a economia, na avaliação de Ederson Colaço, diretor de Trabalho e Geração de Renda da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho. Apesar de atividades como serviços e comércio terem colaborado bem mais fortemente para alavancar o mercado de trabalho paranaense, Colaço acredita que a retomada observada nessas atividades deve alcançar também segmentos que ainda têm números desfavoráveis: “com a expectativa de aumento do PIB aliada a novas políticas é natural que tenhamos uma recuperação”, avalia.

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Destaque nacional

Na relação dos principais geradores de emprego do país, quatro municípios do Paraná aparecem entre os cinquenta mais: Curitiba, São José dos Pinhais, Maringá e Foz do Iguaçu. A capital paranaense foi a quarta cidade do país que mais registrou vagas de emprego: foram 13.681 mais carteiras assinadas do que as dispensas de trabalhadores, número que ficou atrás apenas das cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.

O montante representa uma variação significativa, com retorno da cidade para o saldo positivo na geração de empregos após período de três anos marcados pela perda de postos formais; é ainda o melhor resultado desde 2013. “Em resumo é a confiança”, acredita Cesário Ferreira Filho, diretor de relações do trabalho da Fundação de Ação Social de Curitiba, mas reforça que ainda há recuperação adiante. “Podemos ter certeza de que hoje, com os dados que temos, há possibilidade de estabilização da geração de emprego, mas ainda temos de 9% a 10% de demitidos em Curitiba”, ressalta.

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Apesar da evolução do mercado de trabalho local, afirma ainda que a perspectiva é de que o número de desocupados passe a diminuir, mas as projeções ainda são de recuperação mais lenta, até que haja elementos de sustentação para uma retomada de mais fôlego: “tenho a impressão de que essa retomada de atividade econômica e da geração de vagas ela é proporcional à capacidade de consumo, não podemos fazer projeções de muito curto prazo”, pondera.

Apesar de Curitiba surgir entre as cidades campeãs na geração de empregos, a região metropolitana como um todo não seguiu a mesma direção, conforme os dados do Caged. O conjunto de cidades teve retração de -0,89 na geração de empregos, perdendo 8.827 postos de trabalho com carteira assinada entre janeiro e dezembro passados. Para o diretor de Trabalho e Geração de Renda do Paraná, Ederson Colaço, a oposição entre os resultados demonstra a necessidade de atuação no fortalecimento do comércio local, aumentando a autonomia dos municípios de todas as regiões metropolitanas, não só da capital.

Saldo negativo

Com quatro cidades entre as 50 maiores geradoras de emprego do país, o Paraná não escapou de ser destaque negativo: a litorânea Pontal do Paraná foi o terceiro pior saldo entre os 5.570 municípios brasileiros. Com população estimada em 26.636 habitantes de acordo com o IBGE, a cidade perdeu 2.472 empregos em 2018. Só tiveram situação pior do que a paranaense os municípios de Dourados (MS) e Recife (PE), com 8.462 e 4.358 menos vagas respectivamente.

Essa retração em Pontal tem relação com o encerramento das obras de montagem de uma plataforma da Petrobras pela multinacional italiana Techint. Iniciada em 2014, a construção chegou a empregar cinco mil funcionários no auge das atividades.

Junto com Pontal do Paraná, os cinco mercados de trabalho que mais encolheram em 2018 no Paraná foram os de Campo Largo, Londrina, Nova América da Colina e Matinhos, na cifra das centenas de demissões.

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